Rafaela de Jesus de Lima, 23 anos, estava em casa com os dois filhos quando a polícia iniciou a desocupação da favela da Telerj na manhã desta sexta-feira, no Rio de Janeiro. Ela diz que tentou recolher os seus pertences antes de ir embora, mas foi impedida pela polícia, que ateou fogo no local, formado por galpões e edifícios.
"Eles mandaram eu descer do prédio, eu disse que só queria pegar as minhas coisas e eles começaram a me bater. Um policial pegou uma espécie de maçarico preto que ele bombeava e incendiava tudo", acusou.
Sem chinelos e usando uma camiseta que conseguiu emprestada, ela aguarda em frente à prefeitura do Rio de Janeiro, junto a outros moradores, por uma posição do governo. Rafaela acusa ainda a PM de agressão. Suas pernas estão cheias de hematomas e machucados. "Me bateram, bateram minha cabeça contra um ferro, não queriam que a gente ficasse lá", diz.
A desocupação terminou com um intenso confronto entre policiais e famílias que ocuparam, há duas semanas, o terreno que pertence à empresa Oi, no Engenho Novo, e deixou vários feridos e dezenas de detidos nesta sexta-feira. Cerca de 1,6 mil policiais chegaram ao local ainda na madrugada, atuando na reintegração de posse.
Fonte: Terra
