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Após mais um escândalo com ONG, Hilton sugere que Bacelar abandone vida pública

Imagem Após mais um escândalo com ONG, Hilton sugere que Bacelar abandone vida pública
Vereador diz que Comissão de Educação deve ajudar na apuração de depósito na conta de Michel Reis  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/09/2014, às 11h09   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Mais um escândalo envolvendo a ONG Pierre Bourdieu, que prestava serviço à Secretaria Municipal de Educação, mobilizou os vereadores da bancada da oposição na Câmara Municipal de Salvador. Após a denúncia de que o advogado Michel Reis, irmão do deputado estadual Bruno Reis, teve a conta bloqueada por causa de um depósito que teria sido efetuado pela ONG no valor de R$ 2 milhões, o vereador Hilton Coelho (PSOL), integrante da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Casa Legislativa, declarou ao Bocão News que considera “um completo absurdo” a tentativa de eleição do ex-secretário de Educação, João Carlos Bacelar, e sugeriu que o presidente estadual do PTN abandone a vida pública.

“Esse esquema são feitos de forma subterrânea. É um caso que consegue nos surpreender a cada dia. É uma enxurrada de denúncias que brotam e sempre como protagonista o ex-secretário João Carlos Bacelar. Ele deveria se envergonhar de tentar renovar o mandato e abandonar a vida pública”, sugeriu Hilton Coelho.

O vereador ainda comentou o possível envolvimento do irmão do deputado Bruno Reis no caso e garantiu que irá conversar com o presidente da Comissão de Educação da Câmara, vereador Silvio Humberto (PSB), para que, em nome do colegiado, solicitem todos os contratos da ONG Pierre Bourdieu com a Secretaria Municipal de Educação.

“É uma sequência sem fim de escândalos. A Secretaria de Educação se transformou em uma fonte para alimentar os interesses mais escusos e subterrâneos de terceiros e que não têm nada a ver com a educação”, criticou Hilton Coelho.

CEI

Para a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), os escândalos envolvendo a Secretaria de Educação e a ONG Pierre Bourdieu deveriam ser investigadas através de uma Comissão Especial de Inquérito, que, segundo a comunista, deveria se instalada pela Câmara Municipal para apurar o caso.

“A população precisa de uma satisfação. É um dos maiores escândalos do governo de João Henrique. Mais de R$ 160 milhões desviados do Fundo Municipal de Educação. Quando queriam dar o título de ‘utilidade pública’ para a Pierre Bourdieu, eu solicitei, sem sucesso, a folha de pagamento da ONG. Tudo isso tem que ficar muito claro”, argumentou Aladilce Souza.

Bacelar ‘tira o corpo’

Alheio às críticas dos vereadores, Bacelar nega qualquer tipo de envolvimento com o depósito que a Pierre Bourdieu teria feito, segundo a Polícia Civil, na conta de Michel Reis.  O ex-secretário da Educação tratou de ‘tirar o corpo fora’ e afirmou ao Bocão News que se a transação realmente tiver sido efetuada na conta do irmão do deputado estadual, ele não tem nada a ver com isso.

“Nunca paguei nada da Secretaria da Educação para Michel Reis. Se esse depósito foi feito, quem tem que responder é a ONG Pierre Bourdieu, não é isso? A Secretaria de Educação nunca pagou nada a Michel Reis. Sobre o que o vereador Hilton Coelho falou, não me importo o que ele pensa”, garantiu.

Em conversa com o Bocão News na última quarta-feira, 3 de setembro,  Michel Reis confirmou que sua conta foi bloqueada, mas negou envolvimento com a Pierre Bourdieu. “Estou indo agora ver o bloqueio da minha conta. Posso garantir que essa ONG nunca transferiu nada para minha conta. Vou pedir para ver os autos do processo. Nem sequer fui informado oficialmente”, afirmou.

Michel disse ainda que todos os seus bens estão declarados no Imposto de Renda de Pessoa Física e Jurídica. Embora diga que não tenha envolvimento com a Pierre Bourdieu, Michel Reis não negou vinculo com o ex-secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar (PTN), que é deputado estadual e tenta uma vaga na Câmara Federal. “Já advoguei para ele. Peguei algumas causas em que ele foi parte”, assinalou.

Publicada no dia 5 de setembro de 2014, às 17h37


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