Política

Vereadores de 1º mandato tentam 'salto' para Alba e Câmara Federal

Divulgação
Seis postulantes a cargos de deputado contam suas propostas e porque querem mudar de Casa   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 25/09/2014, às 06h32   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)



Seis vereadores de Salvador, eleitos para Câmara municipal pela primeira vez em 2012, disputam as eleições deste ano para deputado federal ou estadual. A reportagem do Bocão News procurou os edis para saber quais propostas pretendem defender, caso sejam eleitos, e se já pretendiam concorrer a uma vaga nos Legislativos estadual e federal quando tentaram a Câmara local.

Eleita vereadora com mais de 10 mil votos em 2012, Ana Rita Tavares (atualmente no PROS, era PV na época) conta que sua candidatura para a Câmara dos Deputados é uma consequência do seu ativismo e do trabalho realizado em um ano e oito meses na Câmara de Salvador. “As coisas foram acontecendo naturalmente. Eu nem imaginava ser vereadora. Tudo foi resultado de muito trabalho, as ONGs me propuseram a sair candidata à vereadora, e tive uma votação surpreendente. Os eleitores que me levaram a ser candidata vereadora são os mesmos que me levam a ser candidata a deputada”, relatou.

Ana Rita afirmou que sua prioridade continuará sendo, caso seja eleita, a implantação de políticas públicas para os animais. “Vamos legislar em nível nacional. O objetivo é incentivar a implantação de secretarias dos direitos dos animais. Em Porto Alegre existe uma secretaria dos direitos dos animais e funciona muito bem”, exemplificou. Segundo ela, o poder público ainda não conhece a questão dos animais. "As entidades protetoras conhecem a fundo todos os problemas e devem ser o braço direito do poder publico", diz. A vereadora conta também que pretende trabalhar na implantação de consultórios veterinários gratuitos em cidades interioranas. “Vai ser um novo tempo para os animais”, previu.

Médica oftalmologista há 26 anos, Fabíola Mansur (PSB) chegou à Câmara municipal após obter 6,5 mil votos nas eleições para vereadores de Salvador. Candidata a deputada em 2010, Fabíola não conseguiu o número de sufrágios suficientes para a Assembleia Legislativa da Bahia, mas considerou seus 22 mil votos uma “vitória política”. “Me elegi vereadora porque tive a certeza que precisava desse aprendizado. Durante meu trabalho no Legislativo soteropolitano, defendi voto o aberto e achei que nossa atuação fosse uma justificativa legítima para fazer isso [se candidatar a deputada novamente]”, explicou. Entre os pontos que pretende defender, estão: enfrentamento da violência contra a mulher, aumento do orçamento para a cultura e sua interiorização e democratização, mais verbas para a saúde, além da defesa dos direitos humanos.

“Quero atuar na diminuição da desigualdade da saúde. Se uma pequena parcela depende da iniciativa privada e outra grande depende do SUS, algo está errado. Temos que melhorar o SUS”, conta a socialista, que não considera seu objetivo um “upgrade de cargo, mas sim de causas”. “Futuramente, podemos pensar em Brasília. Por que não?”, ressaltou.

Um dos mais votados em 2012 com 16,4 mil votos, Hilton Coelho (PSOL) afirma que não tinha a pretensão de se colocar numa candidatura à Alba, mas a decisão foi fruto da necessidade que seu partido avaliou ter para ganhar um representante no Legislativo estadual. Seu trabalho, diz o psolista, será a continuidade do que vem sendo feito na área da educação.  “A experiência que tivemos na Comissão de Educação na Câmara de Vereadores, não só pelo que foi apresentado, mas também pelas conquistas e fiscalização do Executivo nos deu um incentivo”, relatou Hilton, que julga ter “uma contribuição muito grande a dar para o estado, diante da crise que se vê na educação".

Conhecido por seu jingle famoso em campanhas anteriores, Hilton Coelho também diz que outro debate a ser colocado será o desenvolvimento regional. “Vamos buscar apoio para desenvolver a agricultura familiar em regiões como o Recôncavo, Sisal e Sertão”, informou. Sobre mobilidade urbana, o candidato diz que pretende potencializar o transporte ferroviário. “O trem tem um potencial de ligar o Maranhão por um lado e pelo outro de ir até o Rio de Janeiro”, lembra.

Vice-presidente do PV em Salvador, Marcell Moraes obteve 7,9 mil votos que o garantiu como vereador. “Eu confesso que sempre pensei nisso [se candidatar a deputado]. Então, quis fazer um bom trabalho na Câmara para mostrar que eu tinha capacidade. O trabalho causou um impacto positivo em todo o Brasil e estou na expectativa de ser agora o primeiro deputado protetor dos animais na Alba”, contou o edil.

Moraes afirma que quer levar seus projetos exitosos da Câmara para a Alba. “É uma causa mais que municipal, tem que ser debatida a nível estadual. Quero levar ideias como o castramóvel, a proibição da venda de animais em petshops, multa para quem jogar lixo nas ruas, proibição de animais em circos para o estado todo”, almejou o vereador.

O edil ainda diz pretender lutar pela implantação de um hospital estadual veterinário, secretaria dos animais e postos de saúde veterinários em cada cidade da Bahia.

Um dos líderes das greves da Polícia Militar baiana em 2012 e 2014, Marco Prisco (PSDB) conquistou 14,8 mil votos em 2012 e conta que sua candidatura ao Legislativo da Bahia foi pela necessidade de representação da categoria policial. “Isso me forçou a galgar um posto mais alto, a Câmara está sendo experiência fantástica. Mas para a demanda que queremos alcançar a Alba é o espaço ideal”, admite o candidato tucano.

“Quero trabalhar em cima de dois pilares: primeiro a segurança pública no seu âmbito geral, como sistema penitenciário, polícia não somente a militar, mas a civil, e segundo é a educação. Se você não educa hoje, amanhã vai estar construindo mais presídios e mais delegacias”, analisou Prisco. Segundo o vereador, outra bandeira a ser debatida será a desmilitarização da PM e uma formação mais acadêmica. “É preciso um formação mais acadêmica, voltada para a valorização do humano. Hoje, dos nove meses de formação do PM, cinco ele passa marchando e cantando ‘Marcha soldado, cabeça de papel/Se não marchar direito vai preso no quartel’”, ironizou.

O vereador Luis Carlos Suíca (PT) teve quase 8 mil votos no pleito de 2012 e promete continuar o trabalho que começou na Câmara, caso seja eleito. “Chegamos aqui pela força dos trabalhadores da limpeza, eles que só aparecem quando a cidade está suja. São moradores da periferia, onde muitas vezes não chegam o saneamento básico, a saúde, a segurança pública. Serei o representante dessa massa na Assembleia”, contou.

Foi pela ausência de representantes dessa camada popular que Suíca diz ter se colocado nessas eleições de 2014. “Os que foram eleitos por essa massa fugiram do compromisso firmado. Depois os trabalhadores ficaram sem seus representantes. Eu quero preencher essa lacuna e trabalhar principalmente em prol dos que mais precisam e que são esquecidos pelos poderes públicos”, aspira o petista.

Segundo Suíca, sua pretensão é legislar com um mandato de caráter popular, junto ao povo, ouvindo as demandas da população e fazendo o papel de interlocutor com o Executivo. 










Publicada no dia 24 de setembro de 2014, às 14h21

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp