Política

Votação de LOB da PM ameaçada na Alba; Prisco quer que lei não seja votada

Roberto Viana/Bocão News
Presidente da Aspra diz que governo não cumpriu acordo com a categoria  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/Bocão News

Publicado em 04/11/2014, às 12h29   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


FacebookTwitterWhatsApp

A Assembleia Legislativa da Bahia deve voltar a debater a votação de projetos acumulados nessa terça-feira (4), com previsão de que pelo menos três sejam discutidos hoje. Entre as propostas está a Lei de Organização Básica da Polícia Militar da Bahia, que foi discutida e aprovada com as associações representantes da entidade, segundo o deputado Zé Neto (PT), líder do governo na Alba.

No entanto, o vereador Soldado Prisco (PSDB), presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) e deputado estadual eleito, se encontra na manhã dessa terça na Alba para convencer os parlamentares a não votar o item sob a alegação de que o governo não cumpriu o acordo feito com a categoria.
“A nossa expectativa é que não seja votada porque o governo não assinou o acordo da categoria que trata da periculosidade, da concessão do auxílio transporte que até hoje os policiais não possuem”, relatou Prisco, que também disse já ter conversado com a oposição e que a mesma “já decidiu que não vota”.

O vice-líder da oposição, Carlos Gaban (DEM), disse que havia um consenso para a votação da proposta. “Zé Neto tinha feito acordo comigo de votar alguns projetos, eu não aceitaria tudo de vez, até porque tem muitos acumulados. A gente combinou de votar três ou quatro por dia, o da PM e do Corpo de Bombeiros ele me disse, olha ‘eu já acertei com todos os presidentes de associação, você tem intenção de barrar?’. Ora! Se todos os presidentes das associações aceitaram o que estava no projeto, eu não iria criar dificuldade. Agora, se por ventura alguém vir dizer que não teve acordo, a gente vai ter que sentar para discutir”, afirmou Gaban ao Bocão News.

No entanto, o democrata diz que permanece a previsão de votação da LOB para essa terça e justificou um possível apoio a demanda da categoria. “A gente precisa dar tranquilidade à PM para ela trabalhar. Assim, pode ser possível diminuir a violência. Eles motivados vão saber trabalhar e dar retorno à sociedade”, disse.

Em conversa com o Bocão News, Neto afirmou que não vê motivo de barreiras para impedimento da votação. “Eu sentei com as associações, inclusive a dele [de Marco Prisco], foram meses de debates, houve unanimidade na aprovação do projeto. Ele hoje apareceu questionando o teor da lei básica. Ele quer um protagonismo de uma ação que não sei porque, fico sem entender”, se perguntou o líder governista.

“Inclusive ele me disse uma coisa que achei estranho, que não tinha nada contra o conteúdo que está na LOB, mas não queria que fosse votado”, revelou o petista, que cogitou mais uma rodada de negociação com as associações na tarde dessa terça, antes da matéria ser posta para discussão no plenário da Casa.

Outro que vê incongruência na LOB e insatisfação dos policiais com o projeto é o ex-deputado Major Tadeu (PSB). “O que percebo no sentimento da frota é que está angustiada para destravar o plano de carreira de promoções de cabos que já aguardam há 20 anos por uma promoção. A tropa está decepcionada com o dispositivo que pode punir o policial militar”, disse o parlamentar.

Tadeu aponta como ponto sem acordo o item que trata de tirar o poder de punição dos comandantes militares. “Iria enfraquecer o poder disciplinar do comandante. Quem tem que punir é o chefe imediato, como é atualmente. Se o comandante geral estiver passando a mão por cima da cabeça do policial, o governador pode chamar a atenção. Não é questão de punir, é de quem assina o ato de punição”, explicou.

“O governador não sabe o mal que está fazendo à PM e à sociedade”, disse o deputado pessebista ao se referir à colocação da LOB para votação.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp