Política

Aliados do presidente do PL tentam dissociá-lo de minuta golpista

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Vademar disse que documentos como a minuta golpista encontrada com residência de Anderson Torres “tinha na casa de todo mundo”.  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter

Publicado em 27/01/2023, às 20h44   Cadastrada por Letícia Rastelly



Uma entrevista dada ao Globo pode colocar o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, em maus lençóis. Isso porque, na ocasião, o chefe da sigla de Jair Bolsonaro disse que propostas antidemocráticas, como a que foi localizada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, “tinha na casa de todo mundo”.

Depois disso, aliados e opositores passaram a tecer críticas a ele. Bancadas do PT na Câmara e no Senado afirmaram que vão cobrar explicações de Valdemar na Justiça. Enquanto isso, integrantes do PL tentam se dissociar do caso e dizem que desconhecem qualquer discussão sobre intervenção militar ou golpe no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com O Globo, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), declarou que vai questionar o presidente do PL na Justiça, pois Valdemar "naturalizou" uma tentativa de golpe e deveria ter denunciado. “Vou solicitar explicação. Um presidente de partido não pode naturalizar a tentativa de golpe, muito pelo contrário, tem a responsabilidade em denunciá-lo. Acredito que cabe duas ações. Uma na Justiça Eleitoral e outra no processo que investiga os atos antidemocráticos”, disse o deputado.

No Senado, o líder do PT, Fabiano Contarato (ES), disse que Valdemar agiu para "vulgarizar uma tentativa de golpe". “No mais, causa certa perplexidade que admita com desassombro ter ‘triturado’ evidências de aparente crime, já que essa conduta, por si só, é tipificada, no art. 305, do Código Penal, como crime autônomo. Não surpreenderá caso Valdemar tenha que prestar contas à Justiça mais uma vez, por se enredar nos sortilégios golpistas de Bolsonaro”, avaliou Contarato.

Do outro lado, os aliados do presidente do PL, acreditam que a fala tinha por intuito minimizar a minuta golpista e, ao mesmo tempo, tentar blindar Bolsonaro. Entretanto, acabou atraindo os olhares para demais membros da sigla.

O vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, o deputado Sanderson (PL-RS), disse que nunca acesso nenhum tipo de documento dessa natureza.  “Eu não vi esse documento. Nunca participei de reunião sobre isso. Desconheço essa minuta de decreto. Para mim é uma novidade essa história. Nunca participei nada, nem vi Bolsonaro falar sobre isso”, se eximiu o deputado.

Os advogados do PL, entretanto, não veem motivo de preocupação e acreditam que, no máximo, Valdemar será chamado para prestar esclarecimentos. Mesmo assim, ex-ministros do governo Bolsonaro se irritaram com as declarações, pois de certo modo colocou todos os integrantes do governo Bolsonaro “no mesmo balaio que Anderson Torres”. Ainda de acordo com O Globo, as reclamações estão sendo feitas de forma reservada, para que não haja conflito com Valdemar.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que as declarações devem ser apuradas por Alexandre de Moraes, e que a Polícia Federal deveria promover apurações no entorno de Bolsonaro, para saber quem participava da elaboração deste tipo de material.

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