Política

Assessor de ministro de Bolsonaro é demitido após revelação sobre pastores; saiba quem é

Foto: Divulgação/Prefeitura de Guarujá
Próximo de Milton Ribeiro, ex-assessor especial também é pastor e deixou o cargo há 4 dias  |   Bnews - Divulgação Foto: Divulgação/Prefeitura de Guarujá

Publicado em 23/03/2022, às 07h42   Paulo Saldaña | Folhapress


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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, exonerou um assessor especial que fortalecia o elo entre o MEC (Ministério da Educação) e os pastores que, mesmo sem cargo no governo, atuam na negociação de verbas federais.

O assessor especial do gabinete do MEC Odimar Barreto dos Santos teve sua exoneração publicada na sexta-feira (18). O desligamento ocorreu em edição extra do Diário Oficial da União, no mesmo dia em que as primeiras informações sobre a atuação de pastores para conseguir preferência de recursos do MEC, mesmo sem cargos na pasta, vieram à tona em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

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Odimar Barreto também é pastor, além de major da reserva da Polícia Militar de São Paulo. O agora ex-assessor é uma das pessoas de maior confiança do ministro, também ligado como pastor à Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, de Santos, liderada por Milton Ribeiro.

Além de se envolver pessoalmente na interlocução com os pastores, o ministro Milton Ribeiro manteve Odimar Barreto nas negociações. Ele transitava no hotel Grand Bittar, em Brasília, onde os pastores Gilmar e Arilton costumavam participar de encontros com prefeitos interessados em liberações de recursos federais para obras de creches, escolas e compra de materiais.

Os recursos são do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão ligado ao MEC controlado por políticos do centrão. O fundo concentra os recursos federais destinados a transferências para municípios.

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Prefeitos e assessores relataram que Odimar Barreto distribuía cartões com logotipo do MEC com contatos pessoais de telefone e email. Aliados do governo davam como certo que Odimar se candidataria nas próximas eleições.

O MEC não respondeu sobre o motivo da exoneração, sobre a atuação dos pastores e sobre o áudio do ministro. Odimar Barreto foi procurado, mas não se manifestou.

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