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"Se nada fizermos, poderemos ter apagões", responde Bolsonaro ao justificar aumento na conta de luz

Marcos Correa/PR
A Aneel retomou as bandeiras tarifárias e classificou a situação atual com a bandeira vermelha, a mais alta do sistema adotado  |   Bnews - Divulgação Marcos Correa/PR

Publicado em 01/12/2020, às 15h23   Redação BNews


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Após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciar o aumento nas contas de luz neste fim de ano, o presidente Jair Bolsonaro justificou a medida devido aos níveis dos reservatórios de abastecimento, que segundo ele estão "baixíssimos" e podem resultar em "apagões", como o do Amapá que deixou a maior parte da população sem energia elétrica por vários dias.

A Aneel retomou as bandeiras tarifárias e classificou a situação atual com a bandeira vermelha, a mais alta do sistema adotado. A taxa extra implica em um aumento de R$ 6,243 por quilowatts-hora consumidos.

Em post no Facebook, o presidente defendeu ainda uma campanha contra o desperdício de energia. A reação veio após o comentário de um usuário na rede social, que ironizou o aumento anunciado pelo órgão. "A conta de luz vai aumentar. Obrigado PR", escreveu.

"As represas estão (com) níveis baixíssimos. Se nada fizermos poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício.....", rebateu Bolsonaro.

A Região Nordeste é a que atualmente tem os reservatórios em melhores condições, com o nível de 52,18%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A situação está pior no Sudeste e Centro Oeste, que marcam 17,74%.

Coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, Nivalde de Castro, tem opinião contrária a do presidente. Ele diz que, apesar do nível baixo dos reservatórios, que influencia no preço da energia, não há sinais de apagão em um futuro próximo.

"Se não chover o suficiente, o país tem muita termelétrica para funcionar. Além disso, a demanda por energia está relativamente baixa por causa da pandemia. Então não vejo perigo de apagão nem outro problema maior no abastecimento.

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