Política

CGU envia ao TSE auditorias que apontam pagamento indevido de R$ 1,97 bi no governo Bolsonaro

Valter Campanato/Agência Brasil
Órgão diz ter identificado irregularidades em auxílios para caminhoneiros e taxistas  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 22/09/2023, às 15h30   Cadastrado por Bernardo Rego


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A Controladoria-Geral da União (CGU) informou, nesta sexta-feira (22), em entrevista coletiva, que vai enviar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a conclusão de auditorias realizadas referentes ao pagamento de benefícios criados pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

De acordo com a CGU, R$ 1,97 bilhão foi pago indevidamente por meio dos auxílios taxista e caminhoneiro. O órgão apresentou as conclusões das auditorias, que também indicaram falhas na operacionalização de empréstimos consignados do Auxílio Brasil.

Agora caberá ao TSE avaliar eventuais ilícitos eleitorais cometidos por Bolsonaro, que foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas eleições federais. 

O controlador-geral da União, Vinícius de Carvalho, disse em entrevista, que esses auxílios começaram a ser pagos a partir de agosto de 2022, ou seja, às vésperas das eleições de 2022. Para ele, houve um uso "deturpado" de programas sociais pela gestão Bolsonaro.

“O que me parece claro é que houve, sim, um uso desses auxílios de maneira inadequada durante o período eleitoral. Seja pela concentração como do ponto de vista do completo descuido com o desenho do programa e com as pessoas que iam se inserir no programa”, pontuou Carvalho.

“O que estamos falando aqui é do uso desses instrumentos durante o período eleitoral e o impacto que isso teve – ou pode ter tido – no resultado eleitoral, e o uso da administração pública para beneficiar ou sustentar uma campanha”, acrescentou o ministro.

A auditoria da CGU também concluiu que R$ 8,4 milhões foram descontados, pela Caixa, de forma indevida de 46,8 mil famílias beneficiárias do Auxílio Brasil.

De acordo com a CGU, essas famílias tiveram valores descontados sem terem contratado empréstimo consignado com o banco, possibilidade lançada pela gestão Bolsonaro em outubro de 2022.

O órgão verificou ainda que 5,1 mil famílias contrataram empréstimos que comprometeram o valor do benefício acima do limite permitido (teto era de 40%).

“Para vocês terem uma noção, no segundo turno das eleições, vejam a quantidade de consignado [do Auxílio Brasil] que foi colocada na praça. 93% do contratado foi durante esse período de 2022”, pontuou Carvalho.

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