Política

Conhecido dos baianos, empreiteiro de escândalo de corrupção quer indenização bilionária; saiba quem é

MARCELLO CASAL JR AGÊNCIA BRASIL -
Só de dano moral, o empreiteiro pede uma indenização de 50 milhões de reais  |   Bnews - Divulgação MARCELLO CASAL JR AGÊNCIA BRASIL -

Publicado em 19/03/2022, às 15h50   Redação BNews



Pivô da operação Lava Jato, o engenheiro Zuleido Veras, dono da construtora baiana Gautama, foi acusado de corrupção e fraudes em obras públicas. Entre subornos e superfaturamentos, teria provocado um prejuízo aos cofres públicos calculado em 350 milhões de reais. O empresário respondeu a quarenta processos, o último deles foi arquivado. Livre de condenações, ele exige ressarcimento pelo que perdeu e pelo que alega ter deixado de ganhar. Só de dano moral, uma indenização de 50 milhões de reais.

zuleido
Reprodução  / RecordTV

Quando incluídos os prejuízos da empresa, as cifras podem ultrapassar os 10 bilhões de reais, segundo cálculo dos advogados. De acordo com a VEJA, há muitas similaridades com o desfecho da Operação Lava-Jato. Zuleido se diz vítima de perseguição de juízes, procuradores e delegados. Os casos também foram arquivados por erros processuais, sendo que o mais gritante deles é a existência de interceptações telefônicas sem o devido amparo legal.

Em 2007, uma operação da Polícia Federal provocou um terremoto político. Numa única tacada, a Justiça decretou a prisão de 47 pessoas. Na lista de investigados estavam governadores, ex-­governadores, deputados, prefeitos, um ministro e funcionários públicos de alto escalão. O pivô do escândalo, o engenheiro Zuleido Veras, era um desconhecido do grande público. Dono da construtora baiana Gautama, ele foi acusado de corrupção e fraudes em obras públicas.

Em uma reviravolta judicial, quase quinze anos depois da operação, uma sucessão de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de dois tribunais regionais e de pelo menos três juízes de primeira instância anulou todas as provas do caso e levou o empreiteiro a ingressar com uma ação pelo suposto erro judiciário. Em escala de valores, é o maior processo desse tipo na história. 

Zuleido Veras, que chegou a ser condenado a 26 anos de prisão, voltou a circular com desenvoltura em Brasília e, no momento, articula pessoalmente a derrubada de decisões que impedem ele e suas empresas de celebrarem contratos com o governo. O empreiteiro, que mora em Salvador, não frequenta mais os hotéis luxuosos. Conta que não quer mais passar pelo constrangimento de ser xingado de corrupto e diz que está apenas “sobrevivendo”, enquanto aguarda discretamente a “reparação oficial” — a inédita e bilionária indenização que pode acabar espetada no bolso de todos os brasileiros.

O empreiteiro acusa a então ministra Eliana Calmon, responsável pelo caso, de utilizar a Operação Navalha como trampolim político. Após se aposentar no fim de 2013, quando ainda conduzia o processo no STJ, ela foi candidata ao Senado pela Bahia, estado-sede da empreiteira investigada, mas não se elegeu. Hoje na iniciativa privada, a ex-juíza reagiu com incredulidade ao ser informada sobre o conteúdo da ação que o empresário move contra o Estado brasileiro. “Nem o STF nem o STJ disseram que o fato não existiu e nem que o empreiteiro é inocente”, lembra. Para ela, a situação de Zuleido reflete uma questão que precisará ser enfrentada pela Justiça, já que vai incentivar outras empresas apanhadas cometendo ilegalidades a seguir o mesmo caminho: “As coisas ficaram muito fáceis para quem sofreu as consequências de uma Justiça mais austera. Não seria diferente na Navalha. As empresas investigadas da Lava-­Jato provavelmente vão fazer o mesmo. Hoje, a Justiça olha o crime de colarinho-branco como uma coisa menor”, disse a ex-ministra a revista VEJA.

" Não vou fazer campanha para o Bolsonaro, mas, se for possível, quero fazer uma doação como pessoa física a ele. Se a terceira via se materializar, voto nela. O Doria seria um bom nome, "finaliza.

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