Política

Coronel da PM preso por omissão no 8/1 é investigado pela PGR por indícios de corrupção

Rinaldo Morelli/Câmara Distrital
Coronel teria desviado recursos de associação e transportado R$ 1 milhão em dinheiro vivo  |   Bnews - Divulgação Rinaldo Morelli/Câmara Distrital

Publicado em 18/08/2023, às 20h11   Redação BNews


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O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, investigado por possível omissão em relação aos atos golpistas do 8 de janeiro, virou alvo da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de corrupção. Ele é suspeito de ter usado a estrutura da corporação para escoltar valores em dinheiro, sem declaração e de forma extraoficial, de acordo com documentos da Polícia Federal, apresentados nesta sexta-feira (18) contra policiais militares do DF.

Em uma das ocasiões, em junho de 2021, o ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (DF) teria promovido o transporte de R$ 1 milhão em espécie partindo de São Paulo com destino a Brasília, em benefício de uma pessoa chamada Sérgio Barbosa de Assis.

Além disso, como presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, Naime é acusado de firmar contrato com pessoas jurídicas ligadas a Sérgio Assis, para supostos serviços de “assessoria e marketing”.

De acordo com a PGR, a transação faria parte de “relações econômicas aparentemente ilícitas” entre Naime e Assis, que envolveria possivelmente lavagem de dinheiro.

“A movimentação de vultuosos valores em espécie, sem declaração correspondente e de forma não oficial, tem por propósito burlar os mecanismos de monitoramento antilavagem existentes de forma permanente no sistema financeiro, dificultando a identificação da origem, da localização, da propriedade e da própria movimentação dos valores”, disse no documento o subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações dos atos de 8 de janeiro.

O caso, no entanto, não tem relação direta com os ataques antidemocráticos. No entanto, Santos pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o envio desses indícios ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios “para as providências que entender cabíveis”.

A Procuradoria-Geral da República acredita ainda que o contrato tenha sido uma  uma forma de desviar os recursos que, quando transferidos a Naime, funcionavam como recebimento de vantagem indevida em razão do cargo. Isso porque, como antecipado, o coronel prestava serviços a Sérgio de Assis, como o transporte de valores à margem do sistema financeiro.

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