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CPI do MST: PT Bahia sai em defesa de militantes; saiba detalhes

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Em carta aberta, presidente do PT Bahia afirmou que MST tem agenda "contemporânea"  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 17/04/2023, às 16h28 - Atualizado às 16h33   Cadastrado por Yuri Abreu


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Em meio a possibilidade de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA)para investigar as invasões de terra realizadas pelo Movimento dos Sem Terra (MST), em diferentes regiões do estado, o presidente do diretório estadual do PT, Éden Valadares, saiu em defesa dos militantes.

Em carta aberta ao grupo (veja ela na íntegra ao final da reportagem), divulgada nesta segunda-feira (17), o dirigente petista defendeu a legitimidade do movimento, se solidarizou com a mobilização do Abril Vermelho enalteceu a luta dos trabalhadores rurais, pontuando que o grupo possui uma agenda cada vez mais urgente e contemporânea.

“Defender a luta do MST e dos movimentos sociais do campo é estar ao lado da Constituição Federal e seu instrumento de desapropriação da terra para fins de reforma agrária ou para a criação de reservas ecológicas. Uma agenda cada vez mais urgente e contemporânea, aliada às preocupações mundiais de defesa do meio ambiente e da busca por mais igualdade e justiça social”, afirmou Éden na carta.

Ainda no documento, o presidente do PT Bahia diz ainda que a luta do MST desnuda erro histórico da questão fundiária e concentração de renda e “lança luz sobre o grave quadro social e auxilia governos e sociedade civil a produzirem soluções pactuadas para o problema”. “Defender a luta do MST e dos movimentos sociais do campo é estar ao lado da Constituição Federal e seu instrumento de desapropriação da terra para fins de reforma agrária ou para a criação de reservas ecológicas. Uma agenda cada vez mais urgente e contemporânea, aliada às preocupações mundiais de defesa do meio ambiente e da busca por mais igualdade e justiça social”.

Leia a carta na íntegra:

"MENSAGEM AO MST

Companheiros e companheiras do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra,

2022 foi definitivamente histórico. Após anos de perseguição, injusta condenação e ilegal prisão, elegemos Luís Inácio Lula da Silva Presidente do Brasil e reacendemos a chama da esperança da democracia e reconstrução do nosso país. Na Bahia, desafiando previsões estatísticas de pesquisas e um aparato político, partidário e midiático, derrotamos a tentativa de retorno da oligarquia local, elegendo Jerônimo Rodrigues Governador - um homem do povo, um professor, filho de um vaqueiro e de uma costureira, com intenso compromisso com a luta das organizações populares, movimentos sociais e do povo baiano.

Em todas as etapas dessa história, desde ao acampamento em Curitiba até as caminhadas pelos quatro cantos da campanha na Bahia, o MST foi protagonista, com fidelidade e lealdade ímpares. Em nome do PT Bahia agradeço aos trabalhadores e trabalhadoras sem terra pela parceria e companheirismo e, mais uma vez, faço um reconhecimento público: o MST não é somente o maior e mais simbólico dos movimentos sociais do Brasil, é também o mais generoso, sempre presente nas principais lutas da classe trabalhadora.

Os governos de Lula e Jerônimo significam a possibilidade de retomada do diálogo como expediente político no lugar da derrotada truculência; da volta das agendas de combate às desigualdades sociais em vez da concentração de riquezas e oportunidades; de tratar os históricos conflitos sociais do nosso país sob a égide da Constituição, e não mais da ilegalidade parcial, da disseminação do ódio que encorajou e autorizou o uso da violência pelos que se consideram mais fortes, poderosos e acima da Lei.

Por isso o PT Bahia se solidariza com a mobilização do Abril Vermelho e refuta a estratégia fascista de organizar milícias armadas para perseguir e atacar o MST. A questão fundiária e a concentração de terras no Brasil são uma profunda chaga que impedem o desenvolvimento do nosso país, o combate à fome e à extrema pobreza, a possibilidade de maior igualdade regional e, em último caso, a constituição de um Brasil realmente democrático.

A luta do MST desnuda esse agudo erro histórico, lança luz sobre o grave quadro social e auxilia governos e sociedade civil a produzirem soluções pactuadas para o problema. Defender a luta do MST e dos movimentos sociais do campo é estar ao lado da Constituição Federal e seu instrumento de desapropriação da terra para fins de reforma agrária ou para a criação de reservas ecológicas. Uma agenda cada vez mais urgente e contemporânea, aliada às preocupações mundiais de defesa do meio ambiente e da busca por mais igualdade e justiça social.

Por uma questão de saúde não posso estar presente a essa importante Sessão Especial na data de hoje (17 de abril) na Assembleia Legislativa. Mas nossos dirigentes, parlamentares e militantes aí estão renovando nosso compromisso com punhos erguidos. Nossa estrela triunfará a partir das nossas lutas. Coletivas, solidárias, humanas, históricas.

Um grande abraço para a direção do MST Bahia e todos as trabalhadoras e trabalhadores sem terra! Pátria Livre, venceremos!

ÉDEN VALADARES
Presidente do PT Bahia"

Classificação Indicativa: Livre

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