Política

CPMI do 8 de Janeiro: Bolsonaro diz a rádio que hacker está 'fantasiando'; entenda

Marcelo Camargo / Agência Brasil
Bolsonaro relatou que teve um encontro com Delgatti com o objetivo de discutir assuntos relacionados às urnas eletrônicas  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo / Agência Brasil

Publicado em 17/08/2023, às 16h29 - Atualizado às 16h30   Téo Mazzoni



O ex-presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal) declarou que o hacker Walter Delgatti está "inventando histórias" em seu depoimento perante a CPMI do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (17). Ele concedeu uma entrevista à Jovem Pan.

Bolsonaro relatou que teve um encontro com Delgatti com o objetivo de discutir assuntos relacionados às urnas eletrônicas, mas esclareceu que instruiu o hacker a abordar o tema com militares de uma comissão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O ex-presidente negou ter tido um segundo diálogo para tratar de uma possível interceptação do telefone do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com Delgatti, Bolsonaro teria solicitado que ele assumisse a responsabilidade por um crime que supostamente já havia sido cometido.

"Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente", afirmou Bolsonaro.

"Tem fantasia aí. Eu só encontrei com ele uma vez no café da manhã [na Alvorada], não falei com ele no telefone em momento algum. Como ele pode ter certeza de um grampo? Nós desconhecemos isso", disse.

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A defesa de Bolsonaro diz que vai entrar com uma queixa-crime contra Delgatti por calúnia. A informação é da GloboNews.

Delgatti alega que recebeu abordagem da deputada Carla Zambelli (Partido Liberal de São Paulo) para realizar um encontro com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, Duda Lima, estrategista da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2022, e o próprio Jair Bolsonaro, então candidato à reeleição.

O plano consistia em que Delgatti produzisse um vídeo demonstrando a falta de confiabilidade das urnas. Para isso, ele teria acesso a uma urna cedida pela OAB, na qual inseriria um aplicativo por ele desenvolvido. O objetivo era mostrar ao público que pressionar um número resultaria em outro número sendo exibido.

Bolsonaro, na ocasião, teria admitido a sua falta de compreensão sobre os aspectos técnicos do sistema eleitoral, e encorajado Delgatti a discutir a questão com o ministro da Defesa. Bolsonaro teria expressado gratidão ao hacker, mencionando que este estava contribuindo para "salvar o Brasil". A seguir, teria prometido clemência ao indivíduo.

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