Política

Cresce aposta em Fernando Haddad para comandar Economia sob Lula

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O nome de Arminio Fraga também voltou a ser ventilado, após uma sinalização de que é ouvido por Lula  |   Bnews - Divulgação Rovena Rosa/Agência Brasil

Publicado em 18/11/2022, às 23h12   Alexa Salomão/ FolhaPress


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O nome do ex-ministro Fernando Haddad ganhou força nas apostas de integrantes do PT para assumir o comando da área econômica no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad tem sido mencionado no partido como alguém com chance máxima de ser nomeado como o novo titular da área, embora Lula continue mantendo silêncio sobre o tema até mesmo entre os correligionários.

Na viagem que Lula fez ao Egito, Haddad atuou como braço direito em diferentes reuniões, e os relatos são de que os laços entre ambos se estreitaram ainda mais. Existe a expectativa de que na volta da viagem Haddad possa começar a atuar como interlocutor de Lula, inclusive em temas econômicos.

O ex-ministro da Educação reúne duas características importantes para Lula: afinidade e confiança. Professor de ciência política na USP (Universidade de São Paulo), Haddad é formado em direito e, além do mestrado em economia, tem doutorado em filosofia. Foi ministro da Educação de 2005 a 2012, nos governos Lula e Dilma Rousseff, e prefeito da cidade de São Paulo de 2013 a 2016, ano em que perdeu a disputa à reeleição no primeiro turno para o então outsider João Doria (PSDB).

Haddad foi o substituto do ex-presidente na campanha eleitoral de 2018, quando Lula foi impedido de ser candidato. Relembrando aquele momento, ele contou numa entrevista à agência Reuters que o ex-presidente o teria escolhido como ministro da Fazenda em caso de vitória na disputa.

"Não se sabe disso, mas antes de eu ser convidado para ser vice de Lula, eu fui convidado por ele para ser ministro da Fazenda. Isso lá atrás. O convite do Lula veio antes do julgamento no TRF-4", disse Haddad, referindo-se ao julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que condenou Lula em segunda instância e levou à sua prisão.

"Não era para eu ser vice. Ele queria Josué Gomes [atual presidente da Fiesp] de vice e eu de ministro da Fazenda", contou à Reuters. Entre os petistas, a percepção é que Haddad merece ser recompensado pela dedicação ao presidente eleito e ao partido. Teria apoio na escolha que fizesse.

Seu nome já foi ventilado também para comandar pastas como a do Itamaraty, que tem visibilidade e prestígio; e da Educação, que administra um dos maiores orçamentos do Poder Executivo.

Lula chegou a dizer que preferia um ministro "político" em áreas estratégicas -como Economia, Educação e Saúde-, cercado por um secretariado de excelência, com nomes técnicos e de reputação incontestável.

Dentro do PT, também são cotados o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que é citado para outras funções, como negociador político junto à Presidência ou ainda ministro da Saúde, e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), que tem atuado nas negociações sobre o Orçamento de 2023.

Enquanto isso, nomes liberais, como o de Persio Arida, permanecem no páreo. Arida integra a equipe de transição e foi coordenador programa econômico do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) quando disputou a presidência em 2018.

O nome de Arminio Fraga também voltou a ser ventilado, após uma sinalização de que é ouvido por Lula.

O petista comentou em entrevista nesta sexta a carta conjunta assinada por Fraga, o ex-ministro Pedro Malan e Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, e publicada na Folha de S.Paulo.

"Fiquei feliz ao saber de uma carta de pessoas importantes me alertando sobre problemas econômicos e dando sugestões. Eu sei ouvir conselhos e, se fizer sentido, seguir", afirmou Lula também em postagem no Twitter.

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