Política

Deputados baianos reagem à declaração polêmica de Romeu Zema

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Zema quer barrar ações de fomento à economia e combate à pobreza no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 07/08/2023, às 12h42 - Atualizado às 14h01


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Os deputados da bancada baiana na Câmara Federal não esconderam a insatisfação com a declaração polêmica do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), propondo que os estados do Sul e do Sudeste devem se unir para barrar ações de fomento à economia e combate à pobreza no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.  

O deputado federal pelo PDT, Félix Mendonça Júnior, foi um dos parlamentares que reagiu contra a proposta de Zema. Em conversa com o BNews, o pedetista disse que o gestor mineiro busca uma “desagregação da diversidade brasileira”.

“O Brasil é um país único, mas com culturas diversas por regiões, assim como economia, turismo e mesmo climas distintos e mais tantas diferenças regionais, o que apenas engrandece a união do nosso Brasil. O que ele busca é uma desagregação da diversidade brasileira”, disse.

Outra também que criticou a proposta do governador foi a deputada Lídice da Mata (PSB). Ao BNews, a parlamentar classificou o comportamento do governador como "mesquinho" e "separatista".

"O governador Zema demonstra um pensamento muito mesquinho. O Nordeste, o Norte e o Centro Oeste são as regiões com maior índice de pobreza. com menos IDH do país. Então, é absolutamente normal que haja um fundo voltado para combater essa probreza nessas regiões. Não quer dizer que ela não exista no Sul e Sudeste, mas são regiões mais ricas que podem desenvolver políticas de combate à probreza. A visão dele é separatista, ruim, que divide o Brasil. Isso é o oposto do que deve pensar alguém que pense no Brasil. Ele tem uma visão pequena e separatista nesse momento que o Brasil precisa de união", disse. 

O deputado Bacelar (PV) também não economizou nas críticas. "o governador Zema é o herdeiro das práticas mais atrasadas do bolsonarismo. Em um momento de união e reconstrução, ele inicia um movimento divisionista, aumentando as tensões regionais, o preconceito e a xenofobia", disse.

Em entrevista ao Estadão, Zema disse que é preciso agur contra a arrecadação do Norte e Nordeste. “Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade...Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, disparou Zema, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Na entrevista, Zema também revelou a criação oficial do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), que reunirá os três estados sulistas e os quatro sudestinos, à semelhança do Consórcio Nordeste. Segundo ele, a prioridade é influenciar na Reforma Tributária e mexer na representatividade do Senado Federal, hoje dividido em três senadores por estado.

“A Reforma Tributária e a representatividade no Senado [são as prioridades]. Sempre vamos estar em desvantagem – 27, num total de 81. Temos feito o mesmo trabalho com o senadores de nossos estados e o que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”, reclamou Zema.

O argumento do gestor estadual mineiro é que os estados do Sul Sudeste, por serem mais ricos e concentrarem 56% da população de todo o país, precisam ter mais peso decisório no país do que o restante das unidades federativas.

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