Política

Direto de Brasília: Audiência com Paulo Pimenta na CCJ é marcada por confusões generalizadas

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Sessão foi convocada para que ministro explique inquérito da PF sobre fake news nas enchentes do RS  |   Bnews - Divulgação Lara Curcino / BNews
Lara Curcino, direto de Brasília

por Lara Curcino, direto de Brasília

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Publicado em 11/06/2024, às 18h09 - Atualizado às 18h29



O ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta (PT), compareceu nesta terça (11) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre um inquérito aberto em maio pela Polícia Federal (PF), a pedido do governo Lula, para investigar a disseminação de fake news sobre as as ações do Executivo nas enchentes no estado gaúcho.

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Parlamentares de oposição pediram que Pimenta fosse convidado com o argumento de que o inquérito está sendo usado pelo governo federal como uma forma de perseguir opositores. 

A sessão com o ministro, que aconteceu nesta tarde, foi marcada por ânimos exaltados entre os participantes, com divergências entre os deputados, acusações de corrupção e discussões generalizadas.

Quando foi concedida a fala ao deputado Gilvan da Federal (PL-ES) para a pergunta, o parlamentar bradou que Pimenta deveria estar preso e lembrou da menção a ele na lista de corrupção da Odebrecht. 

"Primeiro, ridícula essa jaqueta que você usa [em referência ao uniforme da Defesa Civil que o ministro vestia]. Agora, um ministro de Estado se preocupar com fake news e fazer reunião em churrascaria? Como deputado federal enfrentou investigação por lavagem de dinheiro e recebeu o apelido de 'Montanha' na lista da Odebrecht. O senhor vem agora falar de fake news? Quem é o senhor para falar de fake news ou ato criminoso? O senhor chegou a dizer que era para prender bolsonaristas que espalham mentiras sobre socorro aos gaúchos. Se nós vivêssemos em um país sério, quem deveria estar preso era [o presidente] Lula e o senhor", acusou Gilvan. 

Pimenta respondeu que não há problema algum com a ida dele a uma churrascaria e disse ter vergonha com a forma como Gilvan se dirigia a ele. 

"Fico envergonhado com nosso Parlamento em ver esse tipo de manifestação. Eu fui na churrascaria, tinha um evento, fuj covidado e eu gosto de churrasco. agora veja só o que virou assunto: eu ir numa churrascaria. E eu sou deputado [em licença] há seis mandatos nesta casa. Sou o deputado mais votado do partido, por isso que me chama de 'Montanha': montanha de votos. E lamento o senhor olhar para essa jaqueta e dizer que ela é patética. Eu vim assim como uma homenagem à Defesa Civil. O senhor é uma vergonha", disse ele. 

Depois dessa primeiro troca de farpas, episódios similares foram registrados ao longo de toda a sessão, que durou cerca de três horas.

Em uma réplica de Gilvan, ele citou casos de "dinheiro na cueca" e "rachadinha" no PT, para acusar Pimenta. 

O ministro, por sua vez, disse que não era investigado em nenhum inquérito da PF e disse que o deputado se confundiu ao atribuir a ele a prática de "rachadinha". "Pensou em Flávio Bolsonaro e olhou para mim", afirmou ele.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), irmão do senador citado, pediu, então, a vez para protestar contra as falas do ministro.

Em outro momento, o deputado Marcos Pollon (PL-SP) se referiu a Pimenta como "ministro Montanha". 

A fala foi interrompida por gritos de deputados de ambos os lados. O parlamentar Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a chamar Pollon de "mau caráter" aos gritos. 

O ministro, por sua vez, pediu respeito e disse que estava sendo ofendido repetidas vezes.

Em diversos momentos, a presidente da CCJ, deputada Carolina de Toni (PL-SC), pediu para que os ânimos fossem acalmados, que o ministro fosse respeitado e lembrou que Pimenta estava na sessão voluntariamente e poderia ir embora, se assim achasse melhor.

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