Eleições

"Não há o que se falar em impeachment, e não há o que se falar em golpe", avalia Bruno Reis

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Nesta manhã, durante o lançamento da Carteira Digital de Vacinação, o prefeito de Salvador comentou declaração de seu antecessor, e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, sobre o DEM não estar debatendo um eventual impedimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)  |   Bnews - Divulgação BNews/Luiz Felipe Fernandez

Publicado em 14/09/2021, às 10h59   Luiz Felipe Fernandez e Marcos Maia


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O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), endossou na manhã desta quarta-feira (14) a avaliação de que não há espaço na política nacional para debater o processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Nesta manhã, durante o lançamento da Carteira Digital de Vacinação, Reis comentou a declaração de seu antecessor, e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, à coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, do último dia 11. 

Na ocasião, Neto disse que o partido não está discutindo internamente um eventual impedimento de Bolsonaro. 

O tema entrou no radar de legendas como PSD, PSDB e Solidariedade após o presidente falar em "enquadrar" o Supremo Tribunal Federal (STF) e chamar um de seus ministros de "canalha" em atos favoráveis ao seu governo no último feriado de 7 de Setembro. 

Posteriormente, Bolsonaro produziu uma carta afirmando, entre outras coisas, que as declarações foram dadas no "calor do momento".

"A minha opinião é que não podemos banalizar o instituto do impeachment. Não há o que se falar em impeachment, e não há o que se falar em golpe. Não há espaço para um ou outro", opinou Reis.

Dois especialistas em direito constitucional ouvidos pelo BNews na semana passada, contudo, acreditam que o presidente cometeu crimes de responsabilidade na última terça-feira (7), passíveis de um processo de impedimento.

O último processo de impeachment registrado na democracia brasileira aconteceu em 2016, quando se entendeu que Dilma Rousseff (PT) havia cometido operações orçamentárias não previstas na Legislação. 

Apesar de ter sido removida do cargo, a petista manteve seus direitos políticos. 

Na avaliação de Reis, quem estiver insatisfeito com o atual governo terá uma oportunidade, no ano que vem, de mudar o comando do País, "nas urnas". Assim, se o sentimento da população for de mudança, na opinião dele, vai haver margem para o surgimento de um "nome de centro".

"Se o sentimento for, de não não continuar o que aí está, nem de voltar ao passado, esse sentimento ajuda um nome que possa se consolidar como um nome de terceira via", opinou. 

Manifestações puxadas por movimentos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e Vai Pra Rua, no último domingo (12), contra Bolsonaro - e também se posicionando contra um eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder - tiveram baixa adesão em todo País.

Para Reis, o sentimento majoritário da população para as próximas eleições ainda não está posto - e as coisas podem tanto mudar como continuar iguais. O democrata avaliou ainda que o tempo da política atende a um compasso próprio, e que "um mês pode ser uma vida" neste processo. 

Na análise dele, a eleição dos últimos presidentes escolhidos no País não era previsível a um ano dos respectivos pleitos que os consagraram. "Na própria eleição do Lula, eu pensava que ele não tinha a mínima chance em 2004,e 2006. Ele foi lá e ganhou a eleição. FHC, antes da eleição, ninguém nem falava", recordou.

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