Política

Falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro pode ter relação com tentativa de golpe, diz PF

Valter Campanato/Agência Brasil
Segundo Mauro Cid, ordem para falsificação dos cartões partiu de Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 19/03/2024, às 14h33 - Atualizado às 14h35   BNews


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O relatório da Polícia Federal (PF), que culminou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta da fraude no cartão de vacinas, pode ter relação com a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula. 

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"O presente eixo [falsificação dos cartões] (...) pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de Golpe de Estado que eclodiu no dia 08 de janeiro de 2023", diz o relatório.


Bolsonaro, Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e mais 14 pessoas foram indiciadas pela PF. 


Ainda segundo a PF, Cid confirmou que as falsificações em seu cartão de vacina e no cartão da filha do ex-presidente, Laura, foram pedidos de Bolsonaro.


"O presidente, após saber que o colaborador possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também", diz o relatório.


"O ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro. (...) Que o colaborador [Mauro Cid] confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha Laura Bolsonaro sob determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e que imprimiu os certificados".


O advogado Fábio Wajngarten, que defende Bolsonaro, reclamou nas redes sociais do que chamou de vazamento da investigação.


"Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial", disse Wajgarten.

Posicionamento do advogado de Bolsonaro nas redes sociais

"Na minha humilde opinião o indiciamento de hoje, que até o presente momento a defesa técnica sequer teve acesso, é tão absurdo quanto o caso da baleia. O mundo inteiro conhece a opinião pessoal do Presidente Jair Bolsonaro quanto ao tema da vacinação, muito embora ele tenha adquirido mais de 600 milhões de doses. Ademais, enquanto exercia o cargo de Presidente, ele estava completamente dispensado de apresentar qualquer tipo de certificado nas suas viagens. Trata-se de perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital político que só vem crescendo


Por falar em capital político, vamos ver com lupa quais candidatos querem surfar a onda desse enorme capital político, mantendo-se indiferente à essa perseguição. Ao final, recomendarei ao grupo político do Presidente que jamais permita que essa relação unilateral e desequilibrada seja ativo eleitoral de quem quer que seja. Aos oportunistas de ocasião, tenham a certeza, que mais ainda agora, gafanhotos terão vida curta. Política é grupo, coesão e solidariedade".

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