Política

Governo Bolsonaro corta verba milionária para água potável no Nordeste após a eleição; saiba mais

Carolina Antunes/PR
Operação é financiada com recursos do Exército em parceria com ministério do Governo Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Carolina Antunes/PR

Publicado em 23/11/2022, às 20h01 - Atualizado às 20h05   Cadastrado por Yuri Abreu


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Após a eleição, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou uma medida drástica que afetou, sobretudo, cerca de 1,6 milhão de pessoas no interior da região Nordeste, em 468 municípios.

A operação Carro-Pipa, que conta com mais de 3.348 veículos executando o serviço e leva água potável às famílias no semiárido há mais de 20 anos, teve os recursos cortados agora em novembro, levando os caminhões a pararem o fornecimento do produto.

Os trabalhos são coordenados - além de financiados com recursos - pelo Exército Brasileiro em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), segundo o UOL.

Ao todo, famílias de oito estados da região teriam direito ao abastecimento em novembro deste ano, mas uma planilha da Força Armada, a qual a publicação teve acesso, revela que este processo está prejudicado. Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido.

A primeira unidade federativa a ter o fornecimento de água suspenso foi Alagoas, no início deste mês. Na Bahia e em outros dois estados, como Paraíba e Pernambuco, a paralisação foi informada apenas na quinzena final de novembro.

Procurados, tanto o Exército quanto o MDR confirmaram que a suspensão ocorreu por falta de verbas para continuidade - a pasta federal até alertou o Ministério da Economia sobre a falta de recursos, mas não teve retorno até então.

Em 2022 até agora, segundo o MDR, foram repassados ao Ministério da Defesa cerca de R$ 451,3 milhões, para executar ações da operação. Para 2023, também segundo o órgão, o valor solicitado ao Ministério da Economia foi de cerca de R$ 739,8 milhões.

A descontinuidade do serviço pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa. Prejuízos já estão sendo registrados. A situação gerou uma procura de prefeitos do Nordeste à Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que cobra uma solução.

"A CNM entende que sob hipótese alguma a OCP deve ser interrompida, adiada ou paralisada, haja vista que, a população é sempre quem sofre os piores impactos causados por este desastre e ressalta a necessidade de o MDR avaliar o orçamento do programa para o final de 2022, assim como para todo o ano de 2023, alinhado com as ações necessárias para que a OCP não seja interrompida em nenhum momento no próximo exercício", afirmou ao UOL o presidente da entidade, Paulo Ziulkolski.

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