Política

Governo Bolsonaro deixou vencer multa ambiental de R$ 42 milhões do criador do 'mitomóvel'

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Valor da multa ambiental seria suficiente para pagar Auxílio Brasil a 105 mil pessoas; Bolsonaro enviou vídeo para empresário  |   Bnews - Divulgação Foto: Reprodução

Publicado em 14/07/2022, às 09h00   Redação BNews


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O presidente Jair Bolsonaro (PL) repete sempre que 'a mamata acabou', se referindo a suas medidas contra a corrupção e suposto endurecimento de medidas para proteger o patrimônio público. No entanto, tem gente que ainda aproveita muitas benesses: caso do empresário Tiago Junqueira, apoiador do presidente, que viu uma multa ambiental milionária prescrever e se isentou do prejuízo.

Tiago Junqueira é dono da firma Real, que controla a Fazenda Chapa Grande. Criador do 'mitomóvel', um veículo estilizado com frases e imagens de Bolsonaro, ele já recebeu um vídeo do presidente em 2018 e foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por propaganda irregular por circular com o veículo nas últimas eleições.

A fazenda do empresário fica em Regeneração, no Piauí. A multa foi aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a prescrição gerou prejuízo recorde aos cofres públicos, somando 12% do total de de R$ 355,4 milhões das autuações que prescreveram na atual administração.

A segunda maior multa vencida foi de R$ 16,6 milhões, uma diferença de 60% da multa de R$42 milhões que o empresário deixou de pagar. As informações são do portal Metrópoles. 

Registros internos do Ibama mostraram que a multa inicial foi aplicada à Fazenda Chapada Grande em 2005, no valor de R$ 14,1 milhões, porque a empresa recebeu 898 toneladas de madeira sem licença ambiental. 

Em 2012, com o avançar do processo, o valor da multa triplicou: passou para R$ 42,4 milhões. “Houve várias tentativas de comunicar a decisão, o que somente foi realizado em 28/05/2014”, anotou o Ibama. A Fazenda Chapada Grande, então, apresentou um recurso, que foi negado em 2017. 

A partir daí, o governo cometeu um erro técnico: enviou a notificação dessa decisão para uma pessoa errada. O erro só foi registrado pelo Ibama em novembro de 2019, no 11º mês da gestão Bolsonaro.

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