Política

Governo quer usar CPMI dos atos golpistas como contra-ataque à comissão do MST

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Aliados do Planalto prometem radicalizar caso a oposição vá pra cima na que investiga no Movimento dos Sem Terra  |   Bnews - Divulgação Antônio Cruz/Agência Brasil
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 26/05/2023, às 08h24



O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer usar a CPMI dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, instalada na última quinta-feira (25), como contra-ataque à outra comissão, a que vai investigar as ações do MST.  As informações são do jornal O Globo. 

A CPMI dos atos do dia 8 de janeiro será presidida pelo deputado federal baiano Arthur Maia (UB) e terá a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do Palácio do Planalto, como relatora. A presença da parlamentar é considerada como uma vitória do governo.

Eliziane é próxima ao ministro da Justiça, Flávio Dino. O ex-governador do Maranhão é um dos principais alvos da oposição na CPMI, que tentará acusá-lo de omissão das forças de segurança federais para impedir as invasões e vandalismo aos prédios dos três Poderes no dia 8 de janeiro.

A senadora assumiu a relatoria após os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) abrirem mão do cargo na comissão. No início dos trabalhos, Eliziane destacou que os atos golpistas representaram “um dos atos mais terríveis” contra a democracia.

“Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram um golpe. Um fato é claro, que todos nós aqui somos contra o que aconteceu, independentemente de quem é base e quem é oposição”, afirmou a relatora.

Ainda na última quinta (25), o coordenador do bloco do governo na CPMI, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), garantiu que o grupo não irá se radicalizar em seu posicionamento na comissão. 

No entanto, o petista adiantou que os membros da base pretendem usar a comissão como um contra-ataque a direita caso a CPI do MST, no controle da oposição, “parta pra cima” do Planalto. “Mas se eles fizerem loucura por lá, eu não descarto uma resposta institucional aqui. Pode ter reação”, disse o deputado. 

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