Política

Homem que ameaçou Lula postou vídeo desafiando Moraes horas antes da prisão; assista

Reprodução/ Youtube
Homem foi detido na manhã desta sexta-feira (22), pela Polícia Federal, em Belo Horizonte  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Youtube

Publicado em 22/07/2022, às 19h58   Folhapress


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Horas antes de ser preso, Ivan Rejane Fonte Boa Pinto fez novas ameaças ao STF (Supremo Tribunal Federal) e desafiou o ministro Alexandre de Moraes. O homem teve prisão temporária decretada após dizer que iria "caçar" integrantes do tribunal e lideranças de esquerda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Pinto foi detido na manhã desta sexta-feira (22), pela Polícia Federal, em Belo Horizonte. Além da prisão temporária, de cinco dias, Moraes autorizou a PF (Polícia Federal) a fazer buscas em dois endereços ligados a Ivan, um em Belo Horizonte e outro em Esmeraldas (MG), na região metropolitana da capital mineira.

Em um vídeo publicado no YouTube por volta das 07h, ele aparece "convocando" a população brasileira a "ir para dentro do STF, sim". Em outro trecho, ele diz ser um general e chama Moraes de "vagabundo". O vídeo termina com um gesto de continência militar.

"São os bandidos que tiraram 'tecnicamente' as condenações do Lula pra tentar fraudar as eleições. Nós temos que estar muito cientes disso. Querem fraudar as eleições. E vão conseguir uma guerra civil neste país. Eu sou um general. Pra esse vagabundo aí que pediu pra me prender, vem aqui me prender você. Vem aqui, tchutchuca (sic). Moleques como você eu como antes do café da manhã, no pré-treino", diz Pinto.

Em abril do ano passado, por 8 votos a 3, o STF manteve a decisão do ministro Edson Fachin que anulou as duas condenações contra o ex-presidente Lula, proferidas pela Justiça Federal do Paraná. Com isso, Lula deixou de ser ficha-suja, o que lhe permite disputar eleições novamente.

Além disso, diferentemente do que ele diz, nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras desde que as urnas eletrônicas foram implementadas - parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Até por volta de 15h30, o vídeo tinha cerca de 3.300 visualizações. Entre os mais de 600 comentários, muitos ironizavam a prisão, enquanto outros defendiam o homem que se identifica nas redes sociais como "Terapeuta Ivan" ou "Terapeuta Papo Reto".

Na publicação, o simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda incita a violência contra outros ministros do Supremo e os chama de "bandidos". Em um outro trecho Ivan diz que "essas tchuchucas (sic) do PT estão em desespero" porque, segundo ele, sabem que a direita vai "fazer o maior 7 de Setembro da história".

ENTENDA A PRISÃO

Ivan foi preso por ordem de Alexandre de Moraes, do STF. Em um dos vídeos publicados por ele, o homem cita o feriado de 7 de Setembro e profere ameaças aos ministros do STF, ao ex-presidente Lula, à presidente do PT, Gleisi Hoffmann e ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ).

O pedido de prisão temporária foi feito pela própria PF, que alertou Moraes para o risco de Ivan promover "ações violentas" diretamente ou com a adesão de voluntários, "mediante inclusive a 'luta armada'", com o objetivo de destituir os ministros de suas funções.

Em decisão, o ministro relembra que a liberdade de expressão não é escudo para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos e ameaças e agressões contra as instituições. Às pessoas próximas, o ministro tem dito que ameaças e ataques como os proferidos por Ivan não serão tolerados e que acompanha de perto as movimentações para o feriado.

Ao autorizar a prisão de Ivan, Moraes manda um recado a grupos extremistas que planejam atos para o feriado de 7 de Setembro.

Moraes também mandou o Twitter, Facebook e Youtube bloquearem os perfis de Ivan em suas plataformas e determinou ao Telegram que suspenda o canal usado por Ivan, preservando seu conteúdo.

Em nota, o Youtube disse que não iria se manifestar. "O processo é confidencial", disse. A reportagem entrou em contato com demais as plataformas e aguarda manifestação

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