Política

Jair Bolsonaro se manifesta sobre esquema da Abin; saiba o que ele disse

Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
Abin se tornou alvo da Polícia Federal  |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Publicado em 04/11/2023, às 09h27   Cadastrado por Edvaldo Sales



Jair Bolsonaro (PL) se manifestou sobre a polêmica envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que se tornou alvo da Polícia Federal por suspeita de produzir durante o governo do ex-presidente dossiês sobre adversários políticos do ex-presidente. A investigação ocorre no âmbito do inquérito que apura a suspeita de uso ilegal do software de espionagem First Mile por servidores da Abin.

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Bolsonaro afirmou, na sexta-feira (3), durante evento em Santos, no estado de São Paulo, desconhecer os responsáveis e as motivações por trás do uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis por servidores da agência.

A Abin não interceptou ninguém. Ela fazia, segundo a imprensa, porque eu dispensei a Abin desde o início [do mandato], o levantamento de posição de 30.000 pessoas, segundo a Abin. Agora, eu gostaria que fosse divulgado o nome das 30.000 pessoas. Quem fez e o porquê não tenho a menor ideia”, disse.

Investigação

A PF apura se os supostos dossiês foram produzidos a partir de dados obtidos por meio do First Mile em combinação com outras ferramentas da agência. De acordo com a coluna de Juliana Dal Piva, do UOL, dois agentes da Abin relataram que tiveram conhecimento da produção de relatórios cujos alvos eram integrantes do PT e do PCdoB. O foco de um dos documentos foi um dos atuais ministros do presidente Lula (PT).

O UOL teve acesso a dois desses documentos. Um deles possui quatro páginas e o outro, cinco.  Nenhum deles está timbrado. Segundo os agentes, isso foi proposital porque eles foram feitos sem justificativa, com desvio de finalidade e em meio a outros solicitados legalmente pela Casa Civil do governo Bolsonaro durante a gestão do general Braga Netto. Conforme a reportagem, o alvo é inicialmente qualificado com seus dados pessoais, como CPF e a data de nascimento.

Além disso, é relatado se o alvo tem dívida ativa com a União, um resumo dos processos na Justiça Eleitoral, Tribunal de Contas da União (TCU) e Supremo Tribunal Federal (STF). Tem também uma análise sobre doações de campanha e escândalos na imprensa.

A coluna informa ainda que, de acordo com agentes da Abin, esse primeiro documento seria produzido com ferramentas internas para rastreio em fontes abertas e, posteriormente, repassado ao Palácio do Planalto.

Uma das linhas da PF investiga uma possível combinação de ferramentas na Abin para a produção de dossiês utilizando tanto dados abertos como os obtidos por meio do First Mile, por exemplo. A PF disse que o software da empresa Cognyte foi usado sem aval da Justiça para espionar integrantes do Judiciário, jornalistas e adversários de Bolsonaro entre 2019 e 2021.

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, disse, em nota, que promoveu apuração interna para sanar irregularidades.

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