Política
Publicado em 08/03/2023, às 07h36 Cadastrado por Vinícius Dias
As declarações de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, sobre a faltade sustentação política de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dentro do Congresso Nacional não chegou bem aos ouvidos do senador Jaques Wagner (PT), líder do governo na Casa.
Em entrevista ao jornal O Globo, Wagner rebateu as declarações de Lira e afirmou que o presidente da República tem base consolidada dentro da Casa, com pelo menos 50 parlamentares aliados.
"Essa é uma opinião dele, eu respeito como presidente das Casa, mas na hora que a a gente for votar uma matéria é que a gente vai conferir. A gente tem aqui no Senado uma coisa consolidada, não vejo problema aqui", disse Wagner.
Segundo Wagner, o apoio a Lula não se dá de forma linear e deve variar os parlamentares de acordo com a proposta que for analisada no Legislativo. Ele conta com 50 senadores na base.
"Pode ter até alguém do PT, em determinada matéria, por uma questão de consciência, votar assim ou assado. É difícil. Essa linearidade não existe", disse o senador, que é ex-governador da Bahia.
O governo Lula conta com os votos das bancadas do PT, MDB, PSD, PDT, PSB e Rede. Há incógnitas como o União Brasil, que tem três ministérios dentro do Governo Lula, mas tem, dentro de seus quadros, nomes como o do ex-juiz e ex-ministro da segurança Sergio Moro eleitos no Senado.
Lira deu as declarações sobre a base política de Lula na segunda-feira (6), em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Hoje o governo ainda não tem uma base consistente, nem na Câmara nem no Senado, para enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matérias de quórum constitucional", disse, na ocasião, o Presidente da Câmara.
A afirmação foi interpretada como um recado o Planalto. A declaração foi dada horas antes de o presidente Lula ter se reunido para colher explicações do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), alvo de denúncias por ter usado um jato da Aeronáutica para viajar a São Paulo, onde participou de um leilão de cavalos.
O partido de Juscelino, embora controle três ministérios, ainda não garantiu a fidelidade almejada por Lula. A eventual demissão do ministro poderia deflagrar uma ruptura da sigla com o governo.
Com a permanência do ministro Juscelino Filho nas Comunicações, o Planalto deve cobrar mais empenho da bancada para aprovar os projetos de interesse do Planalto.
Líder do governo no Senado, @JaquesWagner espera construir consensos para que o Brasil volte a crescer e gerar empregos. O senador celebra aprovação da MP que incentiva o turismo – uma demanda do setor feita ao governo anterior e que foi encampada pelo governo Lula. pic.twitter.com/7k82UBf2Ck
— PT no Senado (@PTnoSenado) March 2, 2023
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