Kit de joias recebido por Bolsonaro foi colocado em leilão nos EUA

A Polícia Federal (PF) identificou indícios de que um kit de joias recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro foi colocado em um leilão nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano. O conjunto era composto por um relógio, caneta, anel, abotoaduras e um rosário árabe, avaliado em US$ 120 mil. Os itens foram dados ao ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em uma viagem oficial à Arábia Saudita, em outubro de 2021.

De acordo com a PF, o kit não foi arrematado "por circunstâncias alheias à vontade dos investigados" e acabo sendo devolvido pelos advogados de Bolsonaro por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), em março deste ano.

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Em abril, ao falar sobre a pressão do governo Bolsonaro para recuperar um outro kit de joias retidos pela Receita Federal, a defesa do ex-presidente disse que ação visava evitar um "vexame internacional".

“Um presente de chefe de Estado dado ao governo brasileiro jamais poderia ir a leilão por inação de quem quer que seja”, afirmou o advogado e ex-ministro Fábio Wajngarten, na ocasião.

Ainda segundo a PF, foram encontradas mensagens no celular do tenente-coronel Mauro Cid que falavam sobre uma tentativa de vender as joias. "Olá. E agora? Ninguém comprou o conjunto?", enviou ele, em inglês, para um homem identificado como Nicholas, apontado pela Polícia Federal como alguém ligado a uma empresa dos EUA especializada em leilões de joias.

Depois de não conseguir leiloar o kit, Mauro Cid teria pedido que o conjunto fosse devolvido. "Já mandei voltar o produto", diz ele, em áudio.