Política
Reprodução / TV ALBA
A líder quilombola Mãe Bernadete, assassinada com 12 tiros em sua casa na noite da última quinta-feira (17) em Simões Filho, foi homenageada nesta segunda-feira (21) durante a sessão do plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A pedido do deputado estadual Zó (PCdoB), a Casa cumpriu um minuto de silêncio.
O primeiro comentário em relação ao caso no plenário foi do deputado estadual Eduardo Alencar (PSD), que teve Mãe Bernadete como sua secretária municipal em 2016, no seu último ano de mandato como prefeito de Simões Filho. Ele lamentou a morte da amiga e exaltou o trabalho realizado por ela no quilombo Pitanga dos Palmares.
“Foi uma execução de uma senhora de 72 anos, que só fazia o bem. Conheço desde 1988, trabalhou comigo na Secretaria de Serviço Social, foi minha secretária de Igualdade Racial durante um ano, em 2016, quando desenvolveu um grande trabalho à frente da pasta”, contou Alencar.
“Todos nós, da Bahia e do Brasil, ficamos chocados com aquilo que estava acontecendo, vendo um ser humano ceifar a vida de uma pessoa que só fez o bem, só fez trabalhar e trazer melhorias para aquilo que ela acreditava: pelos quilombolas, pelo quilombo Pitanga dos Palmares e pela sua religião, que ela se dedicou a vida toda”, complementou o deputado.
Eduardo Alencar ainda aproveitou o espaço no plenário para criticar os responsáveis pelo assassinato de Mãe Bernadete, que ainda não foram identificados nas investigações conduzidas pela Polícia Civil da Bahia.
“Não são seres humanos. Não são pessoas que têm Deus no coração. Não são pessoas que pensam no bem do seu semelhante. Eu, como médico, que sempre exerci minha profissão para salvar vidas, diante de um quadro daqueles, faço a reflexão: será que essas pessoas não pensam? Não têm coração? Não tem filho, não tem parente, não tem mãe, não tem avó, enfim, não tem família?”, questionou o parlamentar.
Na sequência, o deputado Zó começou sua fala se solidarizando com Alencar, pela perda de sua amiga, e lembrando que Mãe Bernadete teve um de seus filhos assassinados em 2017, em um caso ainda não resolvido pela Polícia.
“Uma líder religiosa, uma pessoa com um trabalho importante na Bahia e em seu município. Queria me solidarizar com o colega Eduardo Alencar, porque a violência toma de assalto as periferias da cidade, a população brasileira, e chega mais uma vez na casa dessa líder religiosa, que já teve seu filho também assassinado”, pontuou Zó, que cobrou a resolução do caso.
“É preciso que se tome as devidas providências, porque senão esse assassinato vai virar outros assasinatos. É preciso que os assassinos, os mandantes e as pessoas envolvidas nesse crime sejam punidos”, complementou o deputado.
O pedido de um minuto de silêncio foi prontamente atendido pela mesa diretora da casa, conduzida nesta segunda-feira pelo vice-presidente Zé Raimundo (PT).
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