Política

Mauro Cid revela que ministro do STF foi monitorado após derrota de Bolsonaro

Geraldo Magela / Agência Senado
A ideia era prender o magistrado após a assinatura de um decreto de golpe de Estado  |   Bnews - Divulgação Geraldo Magela / Agência Senado
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 13/03/2024, às 08h15


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O tenente-coronel Mauro Cid revelou, em seu quarto depoimento à Polícia Federal (PF), que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi monitorado depois da derrota de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022. O magistrado teve o seu itinerário, deslocamento e localização monitorados para ele fosse preso após a assinatura de um decreto de golpe de Estado.

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O depoimento foi concedido no âmbito das investigações sobre um suposto plano de pessoas próximas a Bolsonaro para dar um golpe de Estado depois da derrota do ex-presidente nas eleições, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"A autoridade policial aponta que Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid integraram o núcleo de inteligência paralela, responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na consumação do golpe de Estado. Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção, nas primeiras horas que se seguissem à assinatura do decreto de golpe de Estado", diz a decisão de Moraes, na ocasião.

Segundo a PF, general Augusto Heleno, por Mauro Cid e o assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, integravam um núcleo de inteligência “que teria monitorado a agenda, o deslocamento aéreo e a localização” de Alexandre de Moraes, “com o escopo de garantir a captura e a detenção do então chefe do Poder Judiciário Eleitoral nas primeiras horas do início daquele plano”.

As viagens feitas pelo ministro do STF entre Brasília e São Paulo no período coincidem com as falas de ex-assessores de Bolsonaro e com a informação da realização de reuniões no Palácio da Alvorada para a elaboração de uma minuta golpista.

"Considerando que a minuta do decreto que declarava o Golpe de Estado previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, o acompanhamento e monitoramento da autoridade — inclusive durante o Natal (24/12/2022) — demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, procedendo a eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral", afirma a decisão.

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