Meio Ambiente

Para presidente de Ong, mortes de ambientalistas não são coincidência

Imagem Para presidente de Ong, mortes de ambientalistas não são coincidência
O assassinato de Ivo Barreto do Couto Filho não foi o primeiro contra ambientalistas em Salvador nos últimos anos.   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 08/05/2014, às 06h11   Lucas Franco (Twitter: @lucasfranco88)


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O assassinato de Ivo Barreto do Couto Filho, no dia 19 de março, não foi o primeiro contra ambientalistas em Salvador nos últimos anos. Para que as investigações do caso não tenham o mesmo desfecho das de Antonio Conceição Reis, morto em julho de 2007 em Itapuã, o presidente da Ong Germen, Claudio Mascarenhas, diz ter cobrado como pode do poder público. 
“Não é coincidência, depois de ter feito denúncias na assembleia, chegaram na casa dele, perguntaram seu nome e o mataram. É preciso esclarecer isso, imagine se todo mundo que responder perguntas na assembleia for baleado? Não queremos que aconteça como na morte de Antonio Conceição Reis, que chegaram a conclusão de que ele foi morto pelo crime organizado e ficou nisso mesmo”, contextualiza.
Claudio Mascarenhas, que esteve na manhã desta quarta-feira (7) na reunião da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) sobre as acusações sofridas pela antiga Millenium (atual Cristal), disse que não tem como avaliar a seriedade das investigações sobre a morte de Ivo Barreto do Couto Filho, mas alegou ter participado do processo.

“Ocorreu uma reunião com o secretário de Segurança Pública do Estado [Maurício Barbosa] e todo o estafe dele. Também participaram o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Leur Lomanto Junior (PMDB), o vice-presidente da comissão, deputado Marcelino Galo (PT), a assessora de Meio Ambiente da presidência da Assembleia Legislativa, Beth Wagner, o vereador Hilton Coelho (PSOL) e as entidades ambientais. A Secretaria de Segurança Pública se comprometeu em dar o retorno o mais rápido possível”, completou o presidente da Ong Germen.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, Leur Lomanto Junior, disse que representantes da Millenium foram convidados a participar da reunião, mas recusaram. “Convidaremos novamente para as próximas”, disse o deputado. Para Claudio Mascarenhas, tem falado vontade política para resolver a questão. “A essa altura discutir se o ácido está forte ou fraco é o mesmo que discutir o sexo dos anjos. Tem que arrancá-los dali [orla de Camaçari]. Estão há 40 anos forçando isso e eles ganhando dinheiro, o governo precisa se impor, nenhum país aceitou a vinda dessa empresa, e nós aceitamos”, sintetiza, para em seguida se dizer favorável para a transferência da indústria para o pólo petroquímico de Camaçari.

Publicada no dia 7 de maio de 2014, às 15h44

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