Um decreto de 2020 autoriza o uso de
aviões da FAB pelos presidentes do Senado, Câmara e STF, além de ministros e comandantes militares. O Ministério da Defesa também pode liberar voos para outras autoridades.
As regras permitem o uso em casos de emergência médica, segurança ou viagens oficiais, mas é comum que as aeronaves sejam empregadas em compromissos não diretamente relacionados às funções dos ocupantes e que nem sempre constam em agendas públicas.
Segundo registros da FAB, Sabino, Motta, Alcolumbre, o corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Mauro Campbell, e outras cinco pessoas compartilharam um voo de Brasília a Parintins na sexta-feira (27).
No retorno, no domingo (29), o avião transportou 20 passageiros. Em Parintins, Sabino, Motta e Alcolumbre foram recebidos pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) e pelo prefeito Mateus Assayag (PSD).
Em entrevista a uma rádio local, Braga afirmou ter conseguido R$ 17 milhões das três autoridades para reformar a pista do aeroporto e brincou que esse foi o "grande prêmio" do festival.
"Ano que vem, vocês não querem vir nesse jato da FAB bonito para o festival? Então arrumem R$ 17 milhões para a gente recuperar a pista do aeroporto porque a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] está querendo interditar. Já arrancamos um compromisso público", disse Braga.
Outros parlamentares e o presidente da União Brasil, Antônio Rueda, também compareceram ao evento.
Durante a sessão do Senado na terça-feira (1º), o líder do partido, senador Efraim Filho (PB), celebrou a vitória do Boi Garantido.
"Meu caro presidente Davi Alcolumbre, parabenizo a vitória do seu Garantido no Festival de Parintins. O estado do Amazonas fez uma festa brilhante", declarou.
"Vi a sua excitação, vi a sua vibração, vi a sua torcida e é mais do que merecido você poder celebrar essa grande vitória do Garantido, que, ao lado do Caprichoso, deu um show para quem é turista, como eu."
A assessoria do Ministério do Turismo informou que os voos foram solicitados pelo Senado e pela Câmara e que a pasta apoia institucionalmente o festival, "responsável por injetar mais de R$ 180 milhões na economia local, além de promover a valorização da cultura amazônica e estimular o turismo na região Norte do país".