Política

MP obtém bloqueio de R$ 106 milhões de bens de ex-governador do Rio e outros dois réus

Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil
Ex-governador e outros réus são acusados de improbidade administrativa  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

Publicado em 08/12/2023, às 17h42   Redação BNews


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A 7ª Vara de Fazenda Pública do Rio, a pedido do Ministério Público, determinou nesta sexta-feira (8), por improbidade administrativa, o bloqueio de R$ 106 milhões em bens do ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza Pezão; o ex-diretor-presidente do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Rioprevidência), Gustavo Barbosa; e do Banco do Brasil Securities LLC.

Segundo o MP, os três réus causaram prejuízo de mais de R$ 912 milhões ao Rioprevidência. As informações são do blog Anselmo.com, de O Globo.

Foi determinado ainda a penhora online de contas bancárias, investimentos, previdência privada, contas de capital social de que sejam sócios e valores mobiliários dos réus.

Segundo a decisão, "em uma avaliação preliminar, foram identificados sérios indícios de gestão irresponsável do fundo previdenciário, assim como conflito de interesse que afetou a autonomia da instituição previdênciária, pois ao invés da elaboração de um plano de amortização do déficit determinado pelo TCE, os demandados decidiram realizar operações de securitização com lastro em um ativo volátil e sob cláusulas desvantajosas para o Rioprevidência, e ao mesmo tempo deixar de receber repasses pelo executivo estadual de recursos destinados fundo de previdência".

A ação civil pública aponta que o Rioprevidência realizou, no mercado externo, antecipações de recursos de royalties e participações especiais de R$ 8,4 bilhões, visando aliviar o caixa do Governo do Estado, porém gerando a obrigação de pagar valores estimados em R$ 32,3 bilhões até 2028.

O estado, no entanto, já devia recursos à previdência da ordem de R$10,6 bilhões, segundo auditoria do TCE-RJ. Em 2015, em um cenário de queda do preço do petróleo, houve quebra de cláusulas do contrato que protegiam os investidores estrangeiros, o chamado “índice de cobertura”. Com isso ocorreu a renegociação "waiver", principal objeto da ação civil pública.

Segundo O Globo, o "waiver" foi uma renegociação voluntariamente empreendida por Pezão e Barbosa, assessorada pelo BB Securities, que teria acarretado um aumento de despesas da operação em mais R$ 912 milhões. Segundo os promotores, "a negociação empreendida tinha a finalidade específica de desonerar o Governo de suas obrigações com a previdência, possibilitando o aumento da capacidade financeira do Estado na gestão do então governador Pezão, a qual foi marcada pela expansão do gasto público".

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