Política
Publicado em 06/05/2023, às 15h11 Cadastrado por Rafael Albuquerque
Na Inglaterra onde participou da coroação do Rei Charles III neste sábado (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a política de juros praticada pelo Banco Central do Brasil (BC)
Lula afirmou que, enquanto presidente, pode reclamar das ações do órgão e pediu que ele se preocupe também em promover crescimento econômico e gerar empregos.
“Se eu, como presidente, não puder reclamar dos equívocos do presidente do Banco Central, quem vai reclamar? O presidente americano? Me desculpem, o Banco Central tem autonomia, mas ele não é intocável”, afirmou Lula à imprensa internacional.
"Se você tem compromisso com o crescimento econômico, com a geração de emprego e com o controle da inflação, cuide dos três. Com os juros a 13,75%, os outros dois não serão cumpridos. Se o dinheiro não estiver rodando no bolso do trabalhador, não tem melhoria na qualidade de vida nem no Brasil, nem em qualquer lugar do mundo", reiterou.
O presidente comparou a gestão de Roberto Campos Neto à frente do BC com a de Henrique Meirelles (que presidiu o banco durante a primeira passagem de Lula no Planalto) e o acusou de não ter compromisso com o país, segundo a CNN.
“Eu duvido que esse cidadão tenha mais autonomia do que o Meirelles teve. Só que o Meirelles tinha a responsabilidade de ter um governo discutindo com ele, olhando as preocupações. Esse cidadão não tem, ele não tem nenhum compromisso comigo. Ele tem compromisso com o Brasil? Não tem. Ele tem compromisso com o outro governo, que o indicou”, disse.
A crítica de Lula à taxa de juros, que segue em 13,75% ao ano, tem como base o argumento de que o crédito nas mãos dos trabalhadores e empreses pode ser uma chave importante para aquecer a economia.
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“Os trabalhadores brasileiros não suportam mais a taxa de juros. O desemprego tá começando a mostrar a sua cara no setor de comércio, muitas lojas estão quebrando, estão fechando. Se a gente quiser gerar emprego nesse país, nós vamos ter que ter crédito para o trabalhador, para o pequeno e médio empreendedor individual, para as grandes empresas. Se não, o país não cresce”, declarou.
“Você nunca me viu bater no Banco Central. Eu não bato no Banco Central porque o Banco Central não é gente, é um banco. O que eu discordo é da política. Quem concorda com a política de juros a 13,75% defenda publicamente”, finalizou.
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