Política

“Nem Lula, nem Bolsonaro”, diz morador de rua absolvido pelo 8/1

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Sem possuir título de eleitor, ele confessou que na verdade não é “nem Lula, nem Bolsonaro”  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Agência Brasil
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 19/03/2024, às 07h50



O morador de rua, Geraldo Filipe da Silva, 27 anos, único réu do 8 de Janeiro absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contou detalhes sobre como foi parar na Praça dos Três Poderes, justamente no dia dos atos golpistas e relembrou momentos bebidas na prisão. Apesar de ter sido detido como um “patriota”, Geraldo conta que foi chamado de “petista” na cadeia.

Sem possuir título de eleitor, ele confessou ao Metrópoles, que na verdade não é “nem Lula, nem Bolsonaro” e estava no local após por ter sido curioso.“Eu tinha jantado no Centro Pop, aí fui para o Posto da Torre e vi uns helicópteros, uma confusão para o rumo da Esplanada e desci para ver o que era”, detalhou Geraldo. “Cheguei ao local e vi a confusão”, contou. “Não entendi nada, não sabia o que estava acontecendo”, contou.

A soltura do morador de rua ocorreu depois que a advogada que assumiu sua defesa de forma voluntária ter apontado para a falta de provas de sua participação nos atos. A alegação foi acatada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a sua absolvição. A soltura foi concedida pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

“Não há elementos probatórios suficientes que permitam afirmar que o denunciado uniu-se à massa, aderindo dolosamente aos seus objetivos”, diz Moraes em sua decisão.

Mas antes da soltura, Geraldo passou 320 dias na Papuda. Como sabia que poderia ser amparado pela Lei da Assistência Social começou a ser chamado de “esquerdista” e integrante do Comando Vermelho e do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Inocentado, Geraldo acredita que alguém deve pagar financeiramente pelo tempo que ficou detido, e por isso, vai processar o Estado. Ao todo, 116 envolvidos nos ataques golpistas foram condenados, com penas que vão de 11 a 17 anos de prisão.

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