Política

O dedo de Ciro Nogueira no calvário de Elmar Nascimento

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Elmar perde força para sucessão de Arthur Lira no comando da Câmara  |   Bnews - Divulgação BNews
Cintia Kelly

por Cintia Kelly

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Publicado em 04/09/2024, às 20h02



Líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA) ainda não jogou a toalha e se mantém no páreo para disputa a presidência da Casa Legislativa.

O baiano, que havia chegado a disputa com uma larga vantagem sobre os demais concorrentes - Antônio Brito (PSD-BA) e até então Marcos Pereira (Republicanos- RJ) -, perdeu força nos últimos dias. Ele era o nome apoiado por Arthur Lira (PP-AL), comandante do Legislativo.

A candidatura de Elmar era tida como certa que aonde Lira ia, ele ia atrás. Viajou para alguns estados com o alagoano. Com ares de grande anfitrião, o recebeu na Bahia durante o Carnaval e em outras datas.

Em julho, Elmar fez um regabofe em Brasília, onde recebeu inúmeros colegas de parlamento, do União Brasil ao PT, passando pelo PL e PSOL. E mais: estiveram presentes ministro de Estado, incluindo o principal deles, Rui Costa, da Casa Civil. Ambos eleitoralmente na Bahia não se bicavam.

Ali estava posta uma provável vitória de Elmar. Porém, o velho ditado foi atualizado com sucesso: não se canta vitória antes do tempo. Numa manobra para alegria do Palácio do Planalto e de deputados, Marcos Pereira deixou a disputa e ‘indicou’ Hugo Mota (Republicanos -PB). Mota é ligadíssimo ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), que entra governo e sai governo, continua poderoso. Fontes dizem que Nogueira teve ingerência na  substituição de Pereira por Mota.

Alguns motivos para Elmar sair da ribalta direto pro chão: rusgas com o PT baiano, uma possível desconfiança de Lula que foi xingado por Elmar de tudo quanto foi nome - menos de santo - durante a campanha de 2022 e a possibilidade de fortalecer o União, que poderia ter a presidência também do Senado, com Davi Alcolumbre.

‘Aqui é Brasília’

Importante fonte ouvida pelo BNews reconhece a perda de força de Elmar, mas não acredita, por ora, na desistência dele. “Estamos tentando compor com o PSD. Podemos, inclusive, apoiar a candidatura de Antônio Brito, caso Elmar precise recuar”, disse, ao ser indagado se a Bahia continuará sem o comando da Câmara baixa desde Luís Eduardo Magalhães. “Vamos tentar [compor com o PSD)”.

Sobre o regabofe proporcionado por Elmar a deputados e ministros, como uma antecipação do 'reinado' do baiano na presidência da Câmara, a fonte fez uma constatação. “Aqui é Brasília”. Quem empenhou apoio a Elmar regado a comida e bebida no dia 10 de julho, depois da digestão, recuou. 

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