Para além de Aline Peixoto: ministros de Lula tem esposas ocupando cargos em Tribunais de Contas; veja

Na próxima semana, entre segunda (27) e terça-feira (28), está prevista a sabatina, a ser feita pelos deputados da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), dos dois postulantes ao cargo vago no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA): a ex-primeira-dama do Estado, Aline Peixoto, e do ex-parlamentar Tom Araújo, respectivamente.

O cargo de conselheiro da Corte está vago desde o ano passado, quando ocorreu a aposentadoria do conselheiro Raimundo Moreira. A função da estabilidade até os 75 anos (idade limite para aposentadoria no serviço público) e remuneração a partir de R$ 35.462,22. 

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Com o poderoso apoio do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil de Lula (PT), Rui Costa, espera-se que Aline não tenha dificuldades para vencer a disputa que deve ocorrer no dia 7 de março - para ser declarado vencedor, o postulante precisa de, no mínimo, 32 votos favoráveis dos 63 deputados, quorum considerado de maioria absoluta.

A primeira a ser ouvida será Aline Peixoto. No dia seguinte, os deputados farão as perguntas a Tom Araújo. Foi estabelecido também um limite de cinco inscritos para cada bancada arguir cada postulante. Como relatores foram os deputados Júnior Nascimento (União) e Ivana Bastos (PSD) – o primeiro para a candidatura do ex-deputado Tom Araújo, a parlamentar para a postulação da ex-primeira-dama.

Caso confirme o favoritismo e seja eleita, esta não será a primeira vez que uma esposa de um governador ou ex-governador é escolhida para ocupar um cargo em um Tribunal de Contas. Pelo Brasil, alguns exemplos ilustram que a situação já é recorrente.

No Piauí, a Assembleia Legislativa do Estado (Alepi) elegeu a ex-primeira-dama, Rejane Dias, para conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI). O marido, Wellington Dias (PT), atual ministro do Desenvolvimento Social, governou o Piauí até março de 2022.

Em Alagoas, Renata Calheiros foi eleita pelos deputados estaduais de Alagoas para o TCE em dezembro. O esposo dela, Renan Filho (MDB), atual ministro dos Transportes, governou o estado até abril do ano passado.

Um terceiro caso vem do Amapá. Marília Góes, esposa do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (licenciado do PDT), se tornou conselheira do Tribunal de Contas do Amapá em fevereiro de 2022, quando seu marido ainda governava o Estado. 

A indicação dela chegou a ser suspensa pela Justiça sob acusação de nepotismo (favorecimento profissional devido ao vínculo familiar), mas a decisão foi revertida, de acordo com a BBC Brasil.