Política

Para blindar prefeito de chuva de vaias, aliado teria 'bolado plano' contra manifestantes; ele nega

Dinaldo Silva/BNews
Um aliado bolou um plano para que os agentes não pudessem ser ouvidos  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 15/09/2022, às 14h39 - Atualizado às 14h49   Redação BNews


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O prefeito Bruno Reis (União) teve um encontro com jornalistas na manhã desta quinta-feira (15), na Casa do Carnaval, no Pelourinho, para anunciar as atrações do Festival da Virada. Os agentes municipais de saúde e de combate às endemias, que estão no calo do gestor cobrando o pagamento do valor integral do piso salarial, montaram campana em frente ao casarão. Queriam pressionar Bruno, como fazem sempre que o gestor vai às ruas cumprir agenda. Em um recente episódio, por exemplo, ele chegou a perder a paciência durante um discurso após ter sido interrompido com gritos de protesto.

Em frente à Casa do Carnaval também estava um grupo formado por cerca de 20 mulheres, que teria a missão de evitar que o prefeito deixasse o espaço sob uma chuva de vaias. Nas mãos, cartolinas com frases de apoio ao gestor. Em uma delas estava escrito: “O melhor prefeito do Brasil”. O grupo feminino também levou uma caixa de som que tocava uma playlist animada, só com os sucessos do pagode baiano. Com o aparelho nos últimos decibéis, não era possível ouvir o que os agentes tinham a dizer.

Ao deixar o evento, uma emissora de televisão posicionou a câmera na direção dos dois grupos, que, de longe, pareciam ser um só. Para que as antagonistas não pudessem ser vistas, a equipe formou uma muralha e soltou a voz: "Bruno, cadê você, eu vim aqui só pra te ver". Os turistas desavisados que passavam nas imediações acreditavam que elas estavam à espera de algum astro do axé baiano, tamanha animação.

As mulheres afirmaram terem sidos contratadas pelo subprefeito Brotas/Centro, Alan Muniz. Por meio da assessoria, Alan negou que tenha pago as mulheres e classificou o ato como “espontâneo”. Afirmou também que o grupo não é formado por funcionárias da prefeitura, e que se elas estavam ali era apenas para apoiar o prefeito.

tietes bruno
A missão das tietes é abafar protesto contra prefeito (Foto: Dinaldo Silva/BNews)

Bolo doido

No meio desse balaio, uma agente quase se atraca com uma das tietes de Bruno após receber um empurrão. Enfurecida, ela foi contida por um colega e levada para longe da confusão. “Só queremos pedir o que é nosso. Fazem isso para calar a gente”, disse a profissional ao BNews.

O pagamento do valor integral do piso salarial que os profissionais pedem é determinado pela Emenda Constitucional 120/22. A prefeitura alega que está oferecendo um reajuste salarial no valor de 74% de aumento.

“Desde 2014, nós temos um piso salarial e, infelizmente, a prefeitura de Salvador não cumpre com isso. No dia 5 de maio de 2022 foi promulgada a Emenda Constitucional, que diz que nenhum agente poderá receber um salário inferior a dois salários mínimos. A gestão municipal insiste em não cumprir a Lei. Estamos acampados na frente da prefeitura para dizer ao prefeito que a Lei não se discute, tem que ser cumprida”, disse o diretor do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de combate às Endemias, Cleiton Ferreira Barbosa, que também estava no local.

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