Política

PF apreende itens de membros da PRF por suspeita de versão combinada; entenda

Marcos Oliveira / Agência Senado
Aparelhos celulares podem ajudar a Polícia Federal na investigação  |   Bnews - Divulgação Marcos Oliveira / Agência Senado

Publicado em 11/08/2023, às 07h30 - Atualizado às 09h11   Cadastrado por Tácio Caldas


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A Polícia Federal (PF) apreendeu os telefones celulares de dirigentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) após perceber indícios de que os suspeitos teriam combinado versões nos depoimentos prestados nesta semana. De acordo com a polícia, as testemunhas tinham o objetivo de blindar o ex-diretor da corporação Silvinei Vasques.

Em posse dos equipamentos, agora a PF irá verificar se houve efetivamente conversas entre as testemunhas e trocas de mensagens com o intuito de combinar as versões. Além disso, a polícia também buscará detalhes sobre uma reunião que orientou as blitze no segundo turno das eleições de 2022.

A investigação

O ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques foi preso preventivamente na última quarta-feira (9). No mesmo dia, a PF colheu depoimentos de cerca de 50 dirigentes da Polícia Rodoviária Federal da gestão anterior, que teriam participado de uma reunião para planejamento da realização de blitze no segundo turno das eleições federais de 2022.

Essas ações teriam a intenção de dificultar a participação de eleitores petistas em regiões onde o então candidato à presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria condições de obter mais votos durante àquelas eleições.

Inclusive, há relatos de políticos como o do senador Otto Alencar (PSD) que indicam a realização dessas ações. Vale lembrar que o parlamentar baiano aproveitou da CPMI dos atos golpistas para detonar Silvinei, quando ele lá compareceu em junho deste ano.

Durante os depoimentos, a Polícia Federal percebeu indícios de que, nessa reunião, Silvinei teria elaborado um direcionamento político na ação da corporação com o objetivo de favorecer o candidato Jair Bolsonaro (PL), seu aliado na ocasião.

Novos depoimentos

Diversos dirigentes foram ouvidos em depoimento na última quarta-feira (9), mas relataram que não se lembravam dos temas tratados na reunião convocada por Silvinei. Por isso, devido a suspeita de omissões, os investigadores decidiram apreender aparelhos celulares desses integrantes da PRF.

Essa ação teria como objetivo a busca por diálogos sobre uma eventual combinação de versões para os depoimentos, com o objetivo de atrapalhar a investigação. Caso a apuração consiga elementos indicativos de que eles mentiram, os suspeitos poderão responder por crimes como falso testemunho ou obstrução de Justiça.

A suspeita começou ainda na fase inicial da investigação, uma vez que foram observadas algumas contradições e omissões nos depoimentos dos dirigentes da Polícia Rodoviária Federal. E foi devido a isto que a investigação conseguiu colher elementos mais concretos sobre os desvios na operação das eleições federais de 2022.

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