Política

PF usará fala de Bolsonaro em manifestação como evidência de minuta golpista; saiba detalhes

Marcos Corrêa / PR
Durante manifestação na Paulista, Bolsonaro falou sobre acusações e teria "admitido" que teve acesso ao documento  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa / PR
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 26/02/2024, às 10h20 - Atualizado às 16h29


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Após quatro dias de ter ficado em silêncio no depoimento para a Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre as acusações contra ele. Durante a manifestação realizada na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25), o ex-chefe do executivo brasileiro falou das acusações. Apesar de tentar se defender, as declarações podem ter o efeito contrário, já que os investigadores podem entende-las como uma confirmação de conhecimento da minuta golpista que planejava um golpe de Estado no Brasil.

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O documento, conhecido como 'minuta do golpe', foi descoberto em janeiro do ano passado, na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Aquele era um rascunho de um decreto que propunha a instauração de um "Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)". A justificativa adotada para tal ato era de "garantir a preservação ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022".

Na prática, o texto "original" dava conta de uma intervenção no TSE para mudar o resultado das últimas eleições, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas, supostamente, foi ajustado a pedido do ex-presidente.

Discurso de Bolsonaro

Durante sua fala na manifestação, Jair Bolsonaro minimizou as investigações. "Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição", disse Bolsonaro.

O ex-presidente seguiu explicando a situação sobre a minuta e a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Na ocasião, ele descartou que algo do tipo pudesse acontecer devido ao fato de diversas questões precisariam acontecer antes de ser decretado o "estado de sítio".

Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ter sido golpe, o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio", afirmou Bolsonaro.

O que dizem os investigadores da PF

A fala de Bolsonaro carrega uma notória tentativa de se desvincular da tentativa de golpe. Apesar disso, para os agentes da Polícia Federal, o ex-presidente acabou admitindo que havia uma minuta.

Encontro com advogados

Vale lembrar que nos últimos dias, Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia se reuniram com advogados para alinhar o que poderia e não poderia ser falado na manifestação. Na ocasião, ficou estabelecido que os dois deveria evitar mencionar ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), às urnas eletrônicas e ao ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes. Com informações do blog de Malu Gaspar, do jornal O Globo.

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