Planalto não descarta possibilidade de dar pasta responsável pelo Bolsa Família a Arthur Lira; entenda

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sondaram, segundo informações do Valor Econômico, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre a possibilidade de seu grupo político indicar um titular para o Ministério do Desenvolvimento Social (MSD), que controla o maior orçamento da Esplanada.

De acordo com a reportagem, a sondagem foi feita há cerca de dez dias em conversa entre esses interlocutores e Lira, que deve se encontrar com Lula nesta semana para retomar a discussão da relação entre o Executivo e a Câmara.

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Ainda segundo o Valor Econômico, na conversa, os aliados de Lula deixaram claro a Lira que o Ministério da Saúde, cobiçado pelos seus aliados, não entrará em cota partidária em troca de apoio ao governo.

Contudo, foi mencionado uma possível concessão ao seu grupo do MSD, hoje comandada pelo ex-governador do Piauí e senador licenciado Wellington Dias (PT), responsável pelo programa Bolsa Família, a principal vitrine eleitoral de Lula.

A ideia, conforme fontes do Palácio do Planalto ouvidas pelo Valor Econômico, "ainda está sendo trabalhada" e tem complicadores. "Além disso, Dias é aliado de primeira hora de Lula, e o Piauí foi o Estado que deu, proporcionalmente, mais votos ao presidente em 2022. Um interlocutor de Dias diz que desconhece esse movimento, e que o ministro está em agenda intensa, percorrendo Estados para firmar pactos de combate à fome e de inclusão social", diz a reportagem. O ministro não quis comentar.

O Valor Econômico diz ainda que Lira tem negado que seu grupo político esteja interessado em cargos. E que o presidente da Câmara tem alertado que o principal problema na articulação política é o represamento na liberação de emendas parlamentares ao Orçamento, concentradas na pasta da Saúde. "Ou seja, caso esse ponto seja resolvido ainda na gestão de Nísia, a pressão sobre a ministra tende a diminuir. Pessoas próximas a Lira não confirmam que tenha havido uma oferta de entregar o MDS ao grupo", afirma a reportagem.

Fontes do Planalto ressaltam, ainda segundo a reportagem, que Nísia Trindade, ministra da Saúde, está blindada por Lula, que a escolheu, sobretudo pelo papel que ela desempenhou na pandemia. Ela articulou, na direção da Fiocruz, o convênio com o Reino Unido para a produção da vacina da AstraZeneca no Brasil.