Política

Polícia Federal pede quebra de sigilo de Jair Renan por suspeita de tráfico de influência

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Justiça Federal do DF rejeitou a solicitação para acesso a dados, documentos e comunicações do filho mais novo do presidente  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram @bolsonaro_jr

Publicado em 27/06/2022, às 09h58 - Atualizado às 09h59   Redação


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A Polícia Federal solicitou a quebra do sigilo telemático de Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do presidente da república. A justificativa para o pedido seria a suspeita de tráfico de influência realizado por ele e por outros alvos de investigação. A solicitação foi negada pela Justiça Federal do Distrito Federal.

De acordo com O Globo, a solicitação foi apresentada no final do ano passado, sob segredo de justiça. A quebra do sigilo telemático seria uma forma dos agentes terem acesso a informações provenientes de e-mails, diálogos salvos em nuvens (dispositivo de armazenamento de mensagens) e outros tipos de arquivos. Para o juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, os elementos apresentados para a aprovação de tal pedido eram insuficientes e por isso a solicitação foi negada. Procurado, o juiz afirmou que não se manifestaria porque o caso está sob sigilo.

No inquérito da PF, a suspeita é de que Jair Renan recebeu doações e repasses de empresários em troca de acesso ao governo federal. O valor recebido serviria para a montagem de uma sala comercial para a empresa, do ramo de eventos, do filho do presidente. Segundo apuração da reportagem do Globo, essa seria a causa do desgaste de Jair Bolsonaro dentro da Polícia Federal.

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O advogado de Jair Renan, Frederick Wassef, disse apoiar as investigações da PF. “Eu acho até ótimo que a PF quebre todos os sigilos pois nada devemos. Jair Renan jamais praticou qualquer ato irregular, não ganhou carro de empresário, nem marcou reunião. Não agiu de forma direta ou indireta para ninguém junto ao governo federal”, disse.

A investigação já obteve indícios de que a arquiteta responsável pelo projeto da reforma da sala pediu ajuda a Jair Renan, em mensagens de celular, para que um empresário fosse recebido pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Diante dessa situação, a PF defende perante a justiça a necessidade de ter acesso à outras mensagens mantidas por Jair Renan. Inclusive as trocadas como o personal trainer, Allan Lucena que seria o responsável por captar patrocínios. Além de empresários que favorecessem o aprofundamento da investigação.

A Polícia Federal também buscou outras frentes de apuração no caso. Em uma delas, investigadores acessaram diálogos mantidos pelo personal trainer Allan Lucena, já que um dos alvos investigados franqueou acesso às mensagens do seu celular. A PF ainda obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento de provas apreendidas em investigações que miram bolsonaristas e que podem ter encontrado elementos contra os personagens investigados nesse caso.

Jair Renan negou, em depoimento, ter atuado para favorecer empresários dentro do governo federal e disse que seu nome foi usado por terceiros.

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