Uma semana depois de ser denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, o secretário municipal de Gestão, Alexandre Paupério, tem resistido no cargo. O gestor da pasta tem enfrentado artilharia pesada na Câmara de Vereadores por parte da bancada de oposição, que tem defendido o seu afastamento. Além disso, os ataques não contam com um sistema eficiente de defesa, nem por parte dos vereadores governistas da Casa e nem dos seus colegas secretários, ou até mesmo do prefeito ACM Neto (DEM).
A expectativa é até quando o secretário aguentará o bombardeio. Nesta quinta-feira (17), o jornal Tribunal da Bahia trouxe em sua coluna Raio Laser que o prefeito já teria perdido a completa confiança no auxiliar e apenas aguarda seu pedido de demissão.
Já Paupério, em entrevista ao Bocão News no início da semana, jogou no colo do gestor soteropolitano a decisão de permanecer ou não à frente de uma das mais poderosas pastas da administração municipal. “A nomeação dos secretários é um ato exclusivo do prefeito. Eu sempre estive à disposição dele assim que ele me convidou. Estou à disposição para continuar contribuindo com a cidade, mas se ele achar que não é o momento de continuar, estou também à sua disposição”, afirmou.
A maior prova de que a situação de Paupério está insustentável é o fato de a Câmara Municipal ter suspendido três sessões esta semana, após manobras dos governistas para evitar ataques da oposição ao secretário, enquanto ACM Neto já estaria em campo escolhendo um novo "general" para colocar no lugar do chefe da Semge.
Nesta quinta-feira (17), em entrevista à rádio Metrópole, o prefeito não tocou no assunto, apesar da conversa nos corredores do Palácio Thomé de Souza não ser outra, se não quando os bombardeios começarão à atingir o quartel-general da administração democrata.
O caso
Paupério é apontado como beneficiário de um suposto esquema de corrupção que teria desviado R$ 40 milhões da Educação de Salvador entre os anos de 2009 e 2012, e ainda de ter atuado como lobista para beneficiar uma empresa do pai com contrato de R$ 2 milhões. A Secretaria da Educação era administrada pelo atual deputado federal João Carlos Bacelar (PTN) e a prefeitura pelo ex-prefeito João Henrique (PR).
Leia mais: