Política

Pimentel toma chá de cadeira em camarote da CMS e Geraldo Jr. justifica: "Amigos têm a preferência"

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Publicado em 04/03/2019, às 15h39   Bruno Luiz, Fernanda Chagas e Aparecido Silva


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Climão. Essa foi a palavra usada para descrever a cena ocorrida na tarde desta segunda-feira (4) no camarote da Câmara de Salvador (CMS), no circuito Osmar (Campo Grande). O secretário Alberto Pimentel, do Trabalho, Esporte e Lazer (Semtel), que se tornou alvo de queixas de vereadores por suposta dificuldade na comunicação e acabou sendo convocado pela CMS para ir ao Legislativo explicar a atuação de um policial militar sem ser nomeado nos bastidores da pasta, foi ao camarote fazer uma visita de cortesia.

No entanto, o que deveria ser uma sinalização pública de bandeira branca, acabou sendo uma mostra de que o presidente da Câmara, Geraldo Júnior, talvez não esteja tão disposto a selar um armistício. Ao mesmo tempo em que Pimentel passava pelo camarote tentando mostrar melhora na interlocução com os vereadores, Geraldo, antecessor de Pimentel na Semtel, recebia o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, e o comandante da Polícia Militar, Anselmo Brandão, dentre outras autoridades da área de segurança pública. Com isso, o secretário, que é da base de Neto e, portanto, do mesmo grupo político do presidente da CMS teve que esperar por alguns minutos até ter sua entrada autorizada no camarote, em uma mostra de pouca deferência a Pimentel.

Outro detalhe observado pela reportagem foi que o presidente da Casa não cumprimentou o secretário ao passar por ele na chegada ao camarote. No entanto, Pimentel considerou o gesto como mal entendido. "Foi apenas uma pequena falta de comunicação".

Questionado sobre o fato de Alberto Pimentel ter esperado fora do camarote para ser atendido, Geraldo Júnior disse que não tinha o secretário como amigo para recebê-lo no local. "Minha relação com o secretário é apenas institucional. Eu aqui recebo amigos, esferas do poder público estadual, mas também recebo irmãos que a vida me deu. E os irmãos estão na frente de toda e qualquer relação. O secretário Alberto Pimentel é um gestor da prefeitura de Salvador, sempre que quiser vir aqui no nosso camarote, está à disposição como qualquer secretario da gestão", disse. Questionado depois se atenderia o secretário, respondeu que pediu que a assistência militar o convidasse a entrar.

"Os amigos, estes que estão aqui, tem o caráter de preferencialidade", enfatizou o presidente da Câmara.

Quando Alberto finalmente conseguiu entrar, foi perceptível o clima de constrangimento entre os dois. Instados a tirar fotos, eles se aproximaram, sem jeito, e posaram, sérios, para os registros da imprensa.

Ao BNews, Alberto Pimentel minimizou a crise gerada entre ele e os vereadores. Também disse não ter problemas na relação com o presidente do Legislativo. "Acredito que não tem nenhum tipo de situação pessoal e nenhuma crise com o governo", disse.

Enquanto aguardava ser liberado para entrar no camarote, Pimentel teve uma conversa tensa com um assessor da prefeitura que o acompanhava. O BNews acompanhou parte do diálogo, no qual o secretário mostrava contrariedade em fazer algo que seria contra sua vontade. "Eu não vou fazer isso. Não vou. Você tá querendo me pressionar a uma situação... Isso é um problema do governo, não meu", bradava o titular da Semtel ao interlocutor. Em um determinado momento, já em conversa com outra pessoa, o secretário ainda balbuciava: "Está errado, rapaz. Ele tá querendo me forçar a fazer uma coisa...".

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