Política

Mário Kertész relembra história com Antonio Carlos Magalhães: “Havia um amor entre nós”

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Kertész lembrou que foi inimigo de ACM durante sete anos, mas havia afeto entre eles  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 29/11/2019, às 18h19   Aina Kaorner


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O radialista Mário Kertész, ex-prefeito de Salvador, relembrou momentos que viveu com o senador Antonio Carlos Magalhães, durante entrevista especial na rádio Metrópole, nesta sexta-feira (29).

Questionado pela jornalista Cintia Kelly, da TV Câmara, como era a relação dele com ACM, Mário ficou bastante comovido e lembrou do último encontro com o senador, que morreu em julho de 2007.

“Quando soube que ele estava morrendo, fui lá me despedir dele. Peguei na mão dele, beijei, nós dois choramos o tempo todo. Ele sabia que estava morrendo, mas estava completamente lúcido. A enfermeira me puxava para sair, mas ele não largava minha mão”, lembrou, emocionado.

“Antes de conhecer ele, tinha uma repulsa muito grande, pelo papel de extrema direita que ele representava. Eu sempre fui uma pessoa de esquerda, mas minha relação com ele não era só de chefe e subordinado. Nós tínhamos uma comunicação pelo olhar. Quando me tornei secretário de Planejamento, Ciência e Tecnologia, ficamos muito próximos. Ele me deu muita força, me botava para presidir reunião de secretários, teve coragem de apostar em mim, foi extremante importante na minha vida”, contou.

Mário lembrou também de uma briga que teve com ACM, quando foi publicada uma matéria em um jornal impresso com declaração do senador - governador da Bahia na época -, afirmando que se Mário Kertész, que era prefeito de Salvador, não apoiasse Clériston Andrade, ele seria demitido.

“Foi uma briga braba, porque ele não era brincadeira. Era 4 de novembro de 1981. Eu tinha chegado de uma viagem aos EUA. Pedi para minha secretária marcar uma hora para ele me atender e fui lá no Palácio de Ondina. Eu disse a ele: ‘Sou seu subordinado, liderado e amigo. Eu vim aqui dizer que não vou apoiar seu candidato. Eu vim aqui para o senhor me demitir’. Ele virou uma onça”, descreveu.

“Ele achou que eu estava fazendo sombra para o candidato que ele escolheu, mas ele negava isso, parecendo [ACM] Neto agora, com Bruno Reis”, disse, arrancando risos da plateia.

Kertész contou também que eles permaneceram durante sete anos como inimigos, mas quando se reencontraram, em Brasília, choraram muito. “Nós dois choramos horrores, porque o afeto existia entre nós dois. Havia um amor”, garantiu.

Veja entrevista completa:

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