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Neto e Carballal fazem "acordo de cavalheiros" sobre projeto que proíbe Arrastão; saiba o que foi decidido

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Vereador ameaçou trabalhar para derrubar decisão do prefeito na Câmara Municipal  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 30/11/2019, às 09h23   Henrique Brinco


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O prefeito ACM Neto (DEM) e o vereador Henrique Carballal (PV) chegaram a um "acordo de cavalheiros", segundo palavras do próprio edil, a respeito do veto ao projeto de Lei Nº 45/16 que trata da a realização do tradicional "arrastão" da Quarta-Feira de Cinzas. Os dois se reuniram nesta sexta-feira (29), na Prefeitura de Salvador. O encontro foi intermediado pelo presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (SD).

Segundo o BNews apurou, Carballal não irá mais trabalhar para derrubar o veto. Em contrapartida, irá apresentar um novo projeto que trata do financiamento da festa. Pela proposta, a prefeitura ficará impedida de investir qualquer no evento - que deverá ser custeado exclusivamente pelos realizadores do desfile, que acontece tradicionalmente após o Carnaval.

"O prefeito entendeu as minhas motivações e vamos construir uma coisa que seja melhor para a cidade", declarou Carballal ao ser procurado pela reportagem. O vereador havia colocado o cargo de vice-líder de governo à disposição após o veto.

Entenda o caso
O projeto foi aprovado na Câmara em setembro deste ano. A proibição pretendia pôr fim dos festejos pós programação oficial do Carnaval, entre as 5h às 23h59, em locais públicos. O edil usou a justificativa religiosa do assunto por desrespeitar o início da Quaresma, um dos momentos mais importantes do rito cristão, principalmente o Católico. Quem descumprisse a medida poderia ser multado.

Neto alegou que a Procuradoria-Geral do Município deu parecer jurídico contrário a matéria. Na justificativa, ressaltou que o Estado é "laico" e a "igualdade de todos perante a lei".  E alegou que a Prefeitura não realiza a festa. Carballal rebateu e questionou o argumento. "Quem é que paga os trios elétricos que tocam no arrastão?", questiona. Ele também ameaçou entrar com uma ação no Ministério Público da Bahia para avaliar os eventuais "crimes de responsabilidade" pela realização do evento.

Carballal conclamou todos os líderes religiosos para derrubar o veto e dizia contar com o apoio da bancada evangélica da Câmara Municipal.  Dos 22 votos necessários, ele afirmava já ter 18. O vereador também rebateu o argumento de que o projeto fere a laicidade do Estado. "Se abriu um precedente perigoso, porque o prefeito está declarando que todos os feriados religiosos (são inconstitucionais)", alfinetou, na ocasião.

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