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Otto acusa Bolsonaro de apoiar símbolo nazista ao beber leite em live: "Repelimos isso com veemência"

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Senador baiano gravou vídeo em que defende a liberdade e repudia atos de grupos de supremacia branca  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 31/05/2020, às 16h29   Henrique Brinco


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O senador Otto Alencar (PSD) gravou um vídeo em que tece críticas contra a participação de Jair Bolsonaro no chamado "Desafio do Copo de Leite", em uma live nesta semana. O gesto do presidente foi encarado por adversários políticos como uma sinalização velada a grupos neonazistas de supremacia branca (entenda aqui).

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"Todos nós que defendemos a democracia, a liberdade, as instituições, não aceitamos nenhuma opinião que não seja para a preservação daquilo que conquistamos com muita luta e muita dificuldade", iniciou o senador baiano.

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"Na quinta-feira, quando vi a live do presidente Bolsonaro tomando leite com seus amigos, percebi logo que era o símbolo nazista e a sinalização, a senha, que ele queria dar aos seus seguidores para que pudessem fazer nessa madrugada. Foram para a frente do Supremo Tribunal Federal, encapuzados, levando a marca mais nojenta e mais rejeitada pela sociedade, que é o símbolo Ku Klux Klan, dos Estados Unidos, que prevê a diferenciação das pessoas. Nós repelimos isso com toda a veemência", continuou.

Otto afirmou que continuará levantando a bandeira da "liberdade e do respeito à todas as pessoas, independente da raça, da religião". "Isso é a liberdade. O Brasil conquistou isso com muita dificuldade", finalizou.

Entenda o caso

Conforme o BNews noticiou, o gesto de Jair Bolsonaro em uma live nesta semana está gerando controvérsia nas redes sociais. O presidente e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participaram do “Desafio do Leite”, lançado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite). 

Opositores do presidente, no entanto, enxergaram a participação do chefe do Palácio do Planalto na "brincadeira" como um aceno velado à grupos nazistas de supremacia branca. O blogueiro Allan do Santos, um dos alvos da Polícia Federal na operação de combate contra as fake news, também fez o gesto. Defensores do governo também estão compartilhando fotos e emoticons de copos de leite em seus perfis nas redes.

Uma das vozes mais expoentes que levantou a polêmica foi o ex-ministro Fernando Haddad (PT). Ele enfrentou Bolsonaro no segundo turno da campanha eleitoral de 2018. "O menino João Pedro, baleado pelas costas; George Floyd, asfixiado. Bolsonaro tomando leitinho com Allan dos Santos para brindar supremacistas brancos. Sinto asco", escreveu. Bolsonaro, por sua vez, compartilhou a postagem do petista, classificando-a como "fake news".

O antropólogo e professor no Departamento de Estudos de Mídia na Universidade da Virgínia, David Nemer, foi ao Twitter e lembrou que o ato de beber leite também é utilizado pelo grupo extremista de supremacia branca americana Alt Right. "Nacionalistas brancos fazem manifestações bebendo leite para chamar a atenção para um traço genético conhecido por ser mais comum em pessoas brancas do que em outros - a capacidade de digerir lactose quando adultos", explicou.

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