Política

Presa após os atos terroristas em Brasília, estudante tomou decisão drástica antes de participar de invasão; confira

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Mãe de estudante presa em Brasília após os atos terroristas agora cumpre saga para tirar a filha da prisão  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram @robertabrasil_na_med

Publicado em 20/01/2023, às 10h35 - Atualizado às 10h39   Cadastrado por Yuri Abreu


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Uma estudante que se envolveu nos atos terroristas no último dia 8 de janeiro, em Brasília, tinha tomado uma decisão drástica antes de participar da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Agora, a mãe da moça vem cumprindo uma verdadeira saga para tirar a filha da prisão. Naquele fim de semana, Roberta Brasil pediu à Roberta Jérsyka Oliveira, segundo o portal Metrópoles, que ela não viajasse de São Paulo a Brasília naquele fim de semana.

“Eu disse: ‘Minha filha, não vá.’ Eu sou viúva de militar, o pai dela era militar. A gente sabe que o Exército é resistente. Se até agora não fizeram nada, não vão mais fazer”. Como resposta, a mãe ouviu da filha: “A senhora está sempre querendo cortar minhas asas”. Foi a última frase que Roberta ouviu da estudante.

Diante do que considerou um desaforo, bloqueou as redes sociais da filha para não ver as postagens que seriam feitas na manifestação convocada por bolsonaristas contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP), ela comemorou seu aniversário de 35 anos no dia 6 de janeiro – dois dias antes de ser presa – em frente ao quartel do Ibirapuera, na capital paulista, onde vinha passando a maior parte do tempo desde o fim das eleições.

Formada em engenharia, Jérsyka havia se mudado em 2020 de Fortaleza, onde nasceu, para São Paulo, após ser aprovada no vestibular da USP. Nas redes sociais, relatava uma rotina de aulas, treinos físicos, alimentação saudável e fotos com familiares e amigos. Mas em setembro de 2022, o foco das postagens mudou e passou a ser, quase que exclusivamente, sobre política.

Com a insatisfação que se seguiu à derrota de Jair Bolsonaro (PL), a quem tanto Roberta quanto a filha apoiaram, a estudante passou a se engajar cada vez mais com os movimentos bolsonaristas em São Paulo.

No Twitter, um de seus colegas de faculdade relatou que ela perdeu provas na USP porque estava no QG e não em sala de aula. Agora, a preocupação da mãe é que a filha não consiga retomar a faculdade quando deixar a prisão.

A mãe aguarda a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o destino da filha, que está presa na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Enquanto isso, a mãe alega que não tem dinheiro para constituir advogado - o que foi conseguido através de uma amiga que a estudante tem na capital federal.

Jérsyka foi detida em flagrante e pode ter a prisão temporária convertida em preventiva ou ser liberada mediante uso de tornozeleira eletrônica. Até agora, entre os quase 1.500 presos, Moraes manteve 740 pessoas na prisão e liberou 335 com tornozeleira.

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