Política

Por que a rejeição de Bolsonaro aumentou em 2021?

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Retrospectiva do BNews relembra as principais notícias que envolveram Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 27/12/2021, às 14h47   Henrique Brinco


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Mesmo com a pandemia, a cena política nacional continuou ocupando destaque no noticiário. E um nome, assim como em anos anteriores, se manteve sob os holofotes: o presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo do país causou polêmicas e, sem apoio no parlamento e com baixa popularidade, decidiu abraçar de vez o "centrão".

Dança das cadeiras e irritação de militares

Em março, no auge da pandemia, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi demitido após uma condução desastrosa na compra de vacinas. O novo titular da pasta, Marcelo Queiroga, foi empossado em uma cerimônia discreta e fora da agenda, no Palácio do Planalto.

Outra surpresa aconteceu com nomeação do ministro João Roma (Republicanos) para o Ministério da Cidadania. O deputado licenciado, eleito pela Bahia, virou um dos principais escudeiros e virou um nome importante para a eleição ao Governo da Bahia em 2022.

A demissão de Fernando Azevedo e Silva foi um pedido do presidente da República para acomodar aliados do centrão. O general Walter Souza Braga Netto foi oficializado na Defesa. A mudança gerou uma crise: os três comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) também pediram demissão, incomodados com a tentativa do presidente da República de alinhar os militares a projetos de seu governo.

CPI, surto ao vivo e  centrão

A CPI da Pandemia foi um dos principais calcanhares de aquiles para o presidente. O colegiado visou a maior tragédia sanitária da história do Brasil — o país contabilizou 600 mil mortes desde o início da pandemia. O relatório tem 1.289 páginas e responsabiliza Jair Bolsonaro por considerar que ele cometeu pelo menos nove crimes. O texto encontra-se na mesa do Procurador-Geral da República, Augusto Aras.

Impopular, o governo precisou agradar o "centrão" para manter uma base mínima de apoio. Em julho, ele nomeou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) ministro chefe da Casa Civil. Outra demissão polêmica foi a do ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo. Ele era um dos principais nomes da ala ideológica do Palácio do Planalto desde a eleição de 2018.

O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também pediu demissão. O gestor alegou motivos familiares para deixar o cargo. Em maio, o ministro foi alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal para apurar crimes corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando que teriam sido prraticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

Em outubro, Bolsonaro perdeu a linha e abandonou uma entrevista ao vivo na TV Jovem Pan News após ser cobrado pelo comediante André Marinho a responder a uma pergunta sobre "rachadinha" e em meio a um bate-boca dos participantes da transmissão.

Golpe fracassado, Lula, Moro e Auxílio Brasil

Com a chegada do 7 de Setembro, movimentos bolsonaristas começaram a pulverizar a ideia de "derrubar" o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. Grandes manifestações foram realizadas nas principais cidades brasileiras. O "golpe", contudo, não deu certo e Bolsonaro precisou pedir a ajuda de Michel Temer para acalmar os ânimos e escrever uma carta no sentido de baixar a temperatura - sobretudo diante da ameaça de uma nova greve dos caminhoneiros.

O ano também girou em torno de especulações para onde Bolsonaro iria. O Partido Liberal (PL) adiou a filiação, que seria no dia 22 de novembro, após inúmeras polêmicas. A chegada de Sérgio Moro ao Podemos também balançou o clã presidencial, que precisou se mexer.

Bolsonaro encerra o ano cada vez mais isolado. Uma pesquisa do PoderData, realizada de 19 a 21 de dezembro aponta que 63% dos eleitores brasileiros desaprovam o governo. Ele também perde para Lula em todos os cenários da eleição de 2022. Resta saber qual será o impacto que ele terá com o "empurrãozinho" do programa Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família, viabilizado após a aprovação da PEC dos Precatórios. O próximo ano promete.

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