Política

Vereadores se posicionam sobre corte milionário sofrido pela UFBA: “responsabilidade é de Lula”

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UFBA está com um orçamento 7% menor em comparação ao ano anterior  |   Bnews - Divulgação Joilson César / BNews
Edvaldo Sales

por Edvaldo Sales

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Publicado em 04/03/2024, às 19h34


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Vereadores de Salvador se posicionaram sobre o desafio financeiro significativo enfrentado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), que está com um orçamento 7% menor em comparação ao ano anterior. A instituição recebeu R$ 173,2 milhões, o que representa uma redução de R$ 13 milhões em relação aos R$ 186,3 milhões alocados em 2023.

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Porém, quando se aplica a correção inflacionária medida pelo IPCA dos últimos 12 meses, a defasagem orçamentária se torna ainda mais evidente. Seriam necessários R$ 21,6 milhões adicionais apenas para manter o mesmo nível de financiamento do ano anterior, considerando a inflação.

“As universidades federais no Brasil são as principais produtoras de ciência, tecnologia e inovação. É necessária a recomposição do orçamento dessas instituições tão relevantes para o nosso país. A UFBA tem uma característica de ser uma instituição de excelência e esses cortes podem comprometer o seu funcionamento”, disse o vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) em entrevista ao BNews.

O edil defendeu a retomada desse orçamento. “Já há uma iniciativa no âmbito do Congresso Nacional e também em diálogos com o Ministério da Educação para que isso possa acontecer. Estamos ao lado da UFBA, na luta pela garantia de um orçamento que assegure o pleno funcionamento das suas atividades, o pagamento do custeio e a possibilidade de novas iniciativas, sobretudo para manter a assistência estudantil e os investimentos em ensino, pesquisa e extensão”, completou.

Quem também se posicionou sobre o assunto foi a presidente Comissão de Educação, Esporte e Lazer da Câmara Municipal de Salvador (CMS), a vereador Cris Correria (PSDB). Ela rebateu a fala do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), o qual disse que “o Governo Federal não fez nenhum corte”. “O Executivo faz o orçamento e manda para o Legislativo que pode aprovar ou fazer alterações. Foram feitos cortes em várias áreas e entre elas em algumas universidades do Brasil”, explicou o ex-governador da Bahia à Piatã FM.

Para Cris, o ministro “repetiu um modus operandi que é típico do PT, que é nunca assumir a responsabilidade e transferir essa responsabilidade para outra”.

“Quando ele culpa o Congresso, culpa a Câmara dos Deputados, do corte no orçamento das Universidades Federais, e aí eu vou falar sobre tudo da Universidade Federal da Bahia, porque é o estado no qual eu resido, ele está querendo me dizer, ou ele está dizendo aí, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que tem a palavra final, que é realmente quem assina e determina, concordo ou não concordo, com o que foi aprovado no Congresso –, no mínimo, concordou com o resultado que foi apresentado lá no Congresso”, pontuou, em entrevista à TV Câmara.

Para, pelo amor de Deus, para de culpar o outro, para de transferir a responsabilidade para o outro. A responsabilidade do corte nas universidades federais do país é do presidente, é da União, e assim sendo, a responsabilidade é, sim, de Lula e sua equipe”, disparou.

O que diz a UFBA

Em nota, a UFBA informou que a diminuição no orçamento tem repercussões diretas nas operações cotidianas da universidade. Contratos importantes, como os serviços de segurança, portaria e limpeza, além das despesas básicas como água e energia elétrica para uma comunidade de mais de 50 mil membros, estão comprometidos.

O reitor da UFBA, Paulo Miguez, expressou preocupação com a situação, destacando a falta de justificativa para os cortes, especialmente quando outros setores, incluindo o Ministério da Educação (MEC), viram seus orçamentos aumentarem. Miguez enfatizou a importância de investir nas universidades, afirmando que elas representam o futuro do conhecimento e da liberdade.

A redução no orçamento das universidades federais não se limita à UFBA. A Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2024 prevê um corte de R$ 310,3 milhões em comparação ao ano anterior, diminuindo de R$ 6,2 bilhões para R$ 5,9 bilhões o montante destinado a essas instituições.

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