Cidades

Parentes das vítimas da Baixa do Fiscal revelam que estão sem assistência

Publicado em 11/05/2015, às 11h41   Tiago Di Araujo (twitter: @tiagodiaraujo)


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Quem se espantou com as tragédias nas localidades do Barro Branco, na avenida San Martin, e Marotinho, no Bom Juá, não imaginava que outro desastre aconteceria em tão pouco tempo e praticamente nas mesmas dimensões. Pois, aconteceu neste domingo (10), em pleno Dia das Mães. Dessa vez, as vítimas são da Baixa do Fiscal, onde mais um deslizamento fez 12 vítimas, sendo quatro delas fatais, Sandra Santana, Lucas Santana e Sinval Santana, da mesma família, e Delcick Barreto, de 64 anos. 
Cerca de 24 horas após o acidente, o que se encontra no local são moradores deixando as casas condenadas, praticamente sem nenhuma orientação, simplesmente na base do medo, enquanto outros ajudam a retirar do barro, o que pôde ser encontrado, como alguns pertences. Em meio aos braços que retiravam os entulhos, as patas da cadelinha que, em cima de todo barro, procurava desesperadamente o dono Delcick, sem saber que jamais receberia o carinho novamente das mãos dele. 
Ainda em estado de choque, Messias Venas, filho da vítima Delcick, conteve as palavras para tentar suportar a dor de ter perdido o pai. Ao seu lado, um dos sete irmãos, Renato Venas, que parecia não acreditar no que estava diante dos seus olhos. "Morávamos aqui há uns 30 anos. Meu pai tinha mudado para essa casa, porque na antiga casa dele, tinha ocorrido também um deslizamento na vizinhança", contou. Emocionado, Renato revelou que seu pai tinha problemas de locomoção por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). "Ele não tinha como correr pra sair daí. Não deu tempo e aí Deus levou", desabafou ao mostrar revolta por não ter sido procurado por nenhum órgão público para receber qualquer tipo de assistência. "Perdemos tudo e parece que não estão nem aí para nós".
De acordo com os dados iniciais da Defesa Civil, duas casas desceram do barranco e atingiram mais outras três na parte de baixo, o que é contestado pelos moradores, que afirmam ter sido sete residências atingidas com o deslizamento. Segundo o engenheiro da Codesal, José Palma, as famílias que foram atingidas com a tragédia serão cadastradas primeiramente para receber o auxílio. Além disso, as casas que correm algum tipo de risco estão sendo notificadas.
Porém, os parentes afirmam que não tiveram nenhum tipo de contato com a Defesa Civil. Essa é a situação dos irmãos Humberto Santana e Mariana Santana, de 18 e 16 anos respectivamente, filhos de Sandra Santana, que morreu com o desastre. "Não sabemos nem o que fazer. Ninguém falou nada com a gente ainda", contou a jovem. "Vamos bater de porta em porta procurando abrigo para não ficar dependendo de órgão público", protestou Humberto. 
Ainda de acordo com a Codesal, a avaliação dos imóveis começou nesta manhã, onde três foram interditados na 1ª Travessa Graciosa, na Liberdade, parte de cima de onde ocorreu o deslizamento. Ao total, mas ainda sem números exatos, o órgão acredita que mais de 20 famílias foram afetadas com o acidente. Confira as fotos

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