Coronavírus muda planos de noivos baianos e sonhos de casamento são adiados

Conhecido como o mês das noivas, maio não parece mais o mesmo. Casamentos tiveram que ser remarcados ou cancelados em razão da pandemia de coronavírus. O medo da exposição à doença e as medidas restritivas ao redor do planeta fizeram com que os casais repensassem seus planos.

O advogado baiano Bruno Freitas e a fisioterapeuta cearense Kilvia Almeida se conheceram em 2017 no casamento de uma amiga da jovem e, após dois anos de relacionamento, se casaram no civil em 2019. Estava tudo combinado para a cerimônia religiosa acontecer em 24 de abril de 2020 (dia do aniversário de Bruno) na cidade de Fortaleza, mas o coronavírus jogou um balde de água fria no casal.

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“Tivemos que adiar não só o casamento, mas também a lua de mel que já estava toda paga. Nos preparamos o ano de 2019 planejando e pagando o casamento e, em março, tivemos que adiar para agosto desse ano e não sabemos se de fato irá acontecer, pois Fortaleza encontra com alto número de casos e contágio”, contaram Bruno e Kilvia.

Eles lembram que, no início, ficaram arrasados, pois havia uma expectativa muito grande para esse dia tão importante para o casal, mas, por circunstâncias alheias à vontade deles, tiveram que adiar um sonho que estava tão próximo. “Porém somos pessoas de muita fé, católicos e acreditamos na vontade de Deus, foi o que nos confortou e nos fez renovar as esperanças, além dos nossos amigos e familiares”, destacaram.

Assim como Bruno e Kilvia, a enfermeira Clemaila Pereira e o técnico em segurança eletrônica Adriano Rafanhin tiveram que remarcar o casamento por causa do coronavírus e vivem a incerteza de quando poderão celebrar ao lado dos que amam esse enlace tão especial. “O casamento no civil seria no dia 10 de abril, porém tivemos que adiar para 29 de maio. Já a recepção para amigos e familiares será quando passar a pandemia, provavelmente em dezembro ou janeiro. Não estou preparada para adiar novamente, os últimos dias têm sido muito estressantes pra mim e para ele também. Alguns convidados lamentaram por não ter festa por agora e outros me consolaram e compreenderam a situação”, relatou Clemaila. 

Outra frustração para o casal foi a lua de mel. Estava tudo reservado em Ilhéus, porém eles tiveram que cancelar a hospedagem. A sorte foi que não tiveram que pagar multa, devido ao período de carência. “Infelizmente, esperei até o último dia pra cancelar, acreditando que as coisas poderiam mudar, ainda tinha esperança. Queria muito ir!”, confessou a enfermeira.

A advogada Marília Carneiro e o médico Thiago de Oliveira se conheceram há dez anos. O casamento deles está agendado para 22 de agosto. Mesmo com a pandemia e suas incertezas, eles ainda não conseguiram pensar em uma nova data, mas já estão conformados com um possível adiamento.

“Isso é muito triste, principalmente porque a data escolhida tem um significado muito especial, pois completamos dez anos de namoro. A lua de mel é um problema também, pois gostaríamos de passar fora do Brasil e com essa situação, provavelmente vamos escolher algum lugar na Bahia mesmo. Na verdade, tudo ainda é muito incerto”, admitiu Marília.

A advogada e o médico optaram por uma cerimônia religiosa com efeito civil. Como a situação da pandemia se agravou em março no Brasil, eles não tinham fechado muitos contratos. “Até então, só tinha decidido a decoração e o fotógrafo, além dos convites dos padrinhos, que estão feitos e com a data escolhida. Ainda não me informei sobre a questão da multa, mas eu confiarei no bom senso dos fornecedores que já contratei”, afirmou Marília.

Ela reforçou que prefere remarcar a cerimônia, pois não se sentirá segura se for para celebrar sua união com Thiago de forma restrita e com os convidados de máscara. “Já aceitamos a possibilidade de adiamento, estamos preparados psicologicamente. Quanto aos convidados, acredito que a maioria já espera que isso ocorra, então devem reagir bem”, acrescentou.