Política

Otto Alencar revela que retirou candidatura à presidência do Senado para evitar "confronto interno"

Pedro França/Agência Senado
Senador baiano foi cotado para representar o partido na briga pelo comando da Casa, mas recuou diante da vontade do colega de PSD, Nelsinho Trad (MS)  |   Bnews - Divulgação Pedro França/Agência Senado

Publicado em 04/01/2021, às 16h01   Luiz Felipe Fernandez


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Cotado para representar o PSD na disputa pela presidência do Senado, o baiano Otto Alencar revelou ao BNews nesta segunda-feira (4) que retirou o nome do pleito após o colega de partido, Nelsinho Trad (MS), insistir na candidatura.

Otto disse que para evitar "confronto interno" resolveu abrir mão de tentar disputar o comando da Casa, atualmente com o senador Davi Alcolumbre (DEM).

"No Senado estamos discutindo ainda, o PSD provavelmente terá candidato. Eu retirei minha candidatura, até porque o senador Nelsinho Trad resolveu colocar a candidatura dele. Aí, para não ter confronto interno, abri mão da minha candidatura e ele está vendo como pode articular a candidatura dele", disse o parlamentar.

No início do mês, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do O Globo, Otto despontou como um dos possíveis candidatos da sigla para substituir Alcolumbre, que teve chance de reeleição minada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Procurado na ocasião, o senador admitiu que tinham outros que pretendiam entrar na disputa pelo PSD, os senadores Anastasia (MG), atual vice-presidente da Casa, e Nelsinho Trad.

Anastasia já retirou a candidatura, mas Trad, ex-prefeito de Campo Grande (MS), segue firme.

Conterrâneo de Otto, Angelo Coronel chegou a defender, em conversa com o BNews no dia 16 dezembro, o nome do colega de PSD, e negou que tenha chegado ao partido qualquer conversa sobre um eventual apoio a Rodrigo Pacheco, do DEM.

Com a segunda maior bancada do Senado, o partido surge com força em meio a uma indefinição de um nome do grupo de Davi Alcolumbre, do DEM, e do MDB, partido com maior número de cadeiras atualmente, e que tem o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Após a confirmação do ex-ministro e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, de que os deputados federais da sigla caminhariam com Arthur Lira (PP) na eleição da Câmara dos Deputados, o senador Otto Alencar admitiu que não tem nenhuma "objeção" ao líder do Centrão, considerado um candidato do Palácio do Planalto.

"Foi uma decisão nacional, todos os deputados federais, a nível nacional, decidiram apoiar ele. Ele está correndo todos os estados, veio com um deputado federal da Bahia, não tenho nenhuma objeção. Os deputados têm todo o direito de escolher o seu representante", declarou.

De acordo com o senador, questões de cunho "ideológico" não são consideradas no momento de escolher o apoio a um ou outro nome. O que na sua visão é preponderante é a boa relação com os outros parlamentares, a "articulação" e "amizade".

"Uma escolha de presidente de colegiado, seja Câmara ou Senado, não é considerado o fator ideológico não, nunca foi assim, nem será. A relação que o parlamentar tem dentro da Casa, cosias desse tipo, a articulação, a amizade, como conquista, na verdade, qualquer voto", justificou.

Atualmente, a bancada baiana do PSD na Câmara conta com seis representantes, incluindo o filho do senador, o deputado Otto Alencar Filho.

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