Saúde

Exames de rotina podem ajudar a descobrir infecção por HTLV

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Transmissão do vírus é semelhante ao HIV  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay

Publicado em 01/06/2019, às 19h58   Pedro Vilas Boas


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Um simples exame de rotina pode contribuir para um paciente descobrir se está infectado com o retrovírus HTLV, que pode causar graves consequências à saúde do doente. "Muitos pacientes só descobrem quando a gente pede exames de rotina", afirma o infectologista Robson Reis, em entrevista ao BNews neste sábado (1).

O especialista, que também é professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, explica que a estratégia de prevenção da contaminação do vírus pelo poder público é positiva. Mas o infectologista faz uma ressalva sobre a investigação do vírus.

"A falha que existe é na identificação. Muitos médicos acabam não solicitando nos exames de rotina. Geralmente, nessas investigações, muitos profissionais pedem pra Hepatitie B e C e HIV, mas esquecem do HTLV", alerta Robson.

Nesta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um estudo que mostra que a Bahia é o estado com o maior número de casos de infectados por HTLV no Brasil. A infecção, que pode provocar dificuldade de locomoção e leucemia, afeta cerca de 135 mil pessoas no estado.

Maioria assintomática

Segundo o Ministério da Saúde, apenas 10% dos infectados pelo vírus do HTLV apresentam sintomas. A maioria dos pacientes são assintomáticos, mas têm o poder de tranmissão.

"Podem apresentar sintomas que podem ser neurológicos, o mais comum, através da mielopatia, acometendo a medula, geralmente dor e fraqueza nas pernas, levando à alterações urinárias e intestinais. A outra alteração tá ligada à Leucemia ou Linfoma das células T", explica o especialista.

O infectologista afirma que não há tratamento específico para os doentes sintomáticos. Depende de cada caso. "Se for mielopatia, acompanhamento de uma equipe multidiscplinar; se for Leucemia ou Linfoma, acompanhamento de serviços de oncohematologia", diz.

A transmissão do HTLV é semelhante ao HIV. É importante que haja atenção durante relações sexuais, objetos perfurocortantes, ou, ainda, entre mãe e filho. 

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